A disputa eleitoral para a presidência da República virou um desafio de torcidas. Como indo para um estádio de futebol, a situação do time de futebol pouco importa. A analogia se aplica ao momento de polarização, em que não há debate, apenas “verdades” aceitas por um lado ou refutadas por outro.
Os líderes nas pesquisas não apresentaram propostas consistentes para tirar o país da crise. Ficam em ideias utópicas, usam discursos prontos e pouco convincentes para os eleitores mais atentos. Na forma como o pleito deste domingo está posto, ao que parece, o Brasil permanecerá longe de uma solução para a crise política e institucional.
Para parte do eleitorado, a atenção está para essa briga de torcidas. Dividem as preferências aos candidatos à presidência. Dedicam tempo e energia às discussões nas redes sociais e se omitem na pesquisa, leitura e estudo sobre o passado dos candidatos. Esses grupos sustentam suas preferências políticas em convicções falhas, cobertas de desinformação. Como resultado, uma sociedade segregada. Esses grupos criam muros entre amigos, familiares e vizinhos. O racha no país se acentua na medida em que se aproxima a votação.
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Todos perdem com esse comportamento. Imersas na rede de computadores, opiniões se amontoam em um espectro de baixa análise, de conhecimento e capacidade de estabelecer relações. Cada publicação política se torna um estopim para discussões sem sentido e que pouco agregam à democracia.
Por esse ambiente abre-se um perigo à nação. Caso os resultados das urnas não sejam aceitos, todo o processo eleitoral poderá entrar em colapso, com impacto direto na jovem democracia brasileira.
Ainda que os casos de corrupção envolvendo políticos criem uma descrença geral e impactem, é preciso ter esclarecimento de que há avanços importantes no combate aos crimes do colarinho branco.
Para esta eleição, para o futuro do país e para a solução dos problemas nacionais, o caminho passa pela educação. Só com a formação de qualidade dos indivíduos pode-se avançar inclusive na capacidade de diálogo. Indiferente das posições políticas, o respeito deve prevalecer. É preciso saber conviver com as diferenças e não julgar o outro por suas convicções.
