Inspiração para otimizar resultados

Negócios

Inspiração para otimizar resultados

Arthur Bender e Eduardo Shinyashiki apontam atitudes para melhorar o desempenho profissional e pessoal

Por

Inspiração para otimizar resultados
Vale do Taquari

A Soges sediou em setembro mais uma edição do Inspiração Cacis. O evento reuniu cerca de 500 pessoas e trouxe para o Vale do Taquari dois dos principais palestrantes e escritores do país, o especialista em Estratégia e Gestão de Marketing, Arthur Bender, e o especialista em Neurocoaching, Eduardo Shinyashiki.

Bender abriu o evento falando sobre temas como comportamentos, lideranças, marcas, reputação e propósito. Segundo ele, em um mundo onde as conexões se multiplicam de maneira exponencial, o engajamento está cada vez mais difícil de ser alcançado.

Conforme o palestrante, existe uma enorme massa de trabalhadores insatisfeitos profissionalmente, o que resulta em pouca satisfação dos consumidores com os serviços disponíveis. Ao mesmo tempo, um número cada vez maior de indivíduos busca algum significado em suas atividades cotidianas.

Prova disso, alega, é que no interessamos muito pelo que está distante e pouco pelo que está próximo de nós. “Amamos o novo, mas vivemos do passado e compramos itens que nos remetem ao antigamente”, analisa.

Segundo ele, uma das principais características contemporâneas que colaboram com esse cenário é a falta de referências. Lembra que a população não acredita mais em políticos e instituições, assim como está carente de heróis.

Diante desse paradigma, Bender reforça a importância da reputação, seja das pessoas, empresas, produtos ou marcas. O conceito, explica, está relacionado à previsibilidade, e faz com que o ser humano crie a imagem mental de determinada pessoa, produto ou serviço.

[bloco 1]

O especialista finalizou a apresentação falando sobre a importância do posicionamento. Para ele, quando uma pessoa, empresa ou marca não se posiciona, acaba abrindo espaço para que terceiros o façam.

Mestre em neuropsicologia, Eduardo Shinyashiki abordou a necessidade de inovar para alcançar os resultados esperados. Segundo ele, as pessoas costumam usar as mesmas fórmulas em busca de novas respostas, o que não costuma ser eficaz.

“Nosso cérebro só enxerga o que desenvolvemos habilidade para enxergar”, destaca. Lembra que vivemos um momento de grandes tranformações, em que convivemos com estímulos contraditórios e não mais administráveis com uma solução simples.

Acredita que a resposta para esse paradigma ocorre por meio de contínuos processos de readaptação e inovação. “Somente aceitando a incerteza, a mudança e o risco como condição operativa inevitável, também como oportunidade de desenvolvimento”.

Diante disso, aponta a necessidade de confiança, criatividade, flexibilidade e comprometimento para realizar estratégias vencedoras e construir os resultados desejados com eficiência.


O que as pessoas e empresas precisam fazer para prosperar em um mundo de mudanças velozes e constantes?

Arthur Bender – Não existe algum setor que não tenha sido afetado pelas mudanças. Quando a gente acha que está no olho do furacão, não conseguimos perceber isso. Uma das formas de sobreviver e prosperar no meio desse caos da mudança é ter uma visão imparcial das coisas e perceber que, ao mesmo tempo em que alguns mercados são destruídos ou colapsados, surgem outras oportunidades maravilhosas. Quando existe excesso de algumas coisas, outras são escassas e podem se desenvolver como um contraponto. Enquanto todo mundo quer negócios escaláveis como startups, que sejam fáceis de fazer e capazes de atingir uma grande massa de consumidores, ao mesmo tempo, as pessoas estão querendo coisas em baixa escala. Temos uma explosão das padarias com levedura natural, dos produtos orgânicos e das barbearias com atendimento personalizado. Tudo aquilo que é personalizado e de baixa escala tem tanto valor quanto aquilo que é de alta escala. Estamos vivendo esse paradoxo o tempo todo. Precisamos olhar o mercado em perspectiva, entender sobre aquilo que vai acabar, mas saber que estão se abrindo novas portas.

Shinyashiky usou dinâmicas  para despertar reações do público

Shinyashiky usou dinâmicas para despertar reações do público

Como a tecnologia influencia esse cenário?

Bender – Quanto mais a tecnologia equaliza tudo e deixa tudo igual, mais o significado da marca fará diferença na escolha dos consumidores. Os diferenciais competitivos estão sendo derrubados. Um competidor lança algum produto e logo depois alguém lança a mesma coisa, com alguma melhoria. O que vai fazer diferença nas escolhas das pessoas é o significado da marca e a experiência de compra. As marcas nos ajudam a tomar decisões quando os produtos são tecnicamente muito semelhantes. Por isso o posicionamento é importante. É encontrar alguma coisa que te represente, que tenha significado, e nela concentrar todas as forças.

De que forma a velocidade das transformações afeta os seres humanos?

Bender – Infelizmente também prejudica a saúde, tanto física quanto mental. Colaboradores, clientes, e empresários vivem esse drama que é a ideia de estar sempre sobrecarregado. Tudo é excessivo, tudo tem demais e é urgente. Não existe mais horário comercial, porque as coisas acontecem 24 horas por dia, e estamos disponíveis 24 horas por dia. Se eu recebo uma mensagem às 23h30min, às 6h já recebo a cobrança de por que não visualizei ou respondi. Precisamos entender até que ponto a tecnologia tem que nos servir e até que ponto vamos continuar escravos dela. A tecnologia possibilita fazer coisas que a gente jamais imaginou e essa é a parte fantástica. Mas não podemos ser engolidos. Tem gente que não respira mais se não tiver tecnologia e, quando fica sem o aparelho de celular, tem todos os sintomas de abstinência de drogas.

[bloco 2]

Neste cenário de mudanças constantes, qual o papel do planejamento estratégico?

Bender – É vital. Quem não se planeja não consegue ter percepção de si próprio, da empresas e das pessoas A primeira coisa a se fazer é investigar sobre si mesmo, sobre o que as empresas fazem e por que as pessoas compram. Sustento isso faz 30 anos: quem manda na cadeia do negócio é quem paga. Não adianta dizer que tem o melhor produto do mundo, se as pessoas não percebem essa qualidade. Tem que ir lá na ponta. As empresas precisam se olhar muito mais de fora para dentro do que de dentro para fora. A loucura das pessoas é a perda de foco. Se eu faço tudo, não faço nada, e não represento mais nada. Se não represento nada, não existo. A questão do foco e de posicionamento é o ponto número um para pessoas e para organizações.

Acompanhe
nossas
redes sociais