Uma cidade unida pelo churrasco

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Uma cidade unida pelo churrasco

A estátua na praça revela que Nova Bréscia tem vocação para o churrasco. Mas foi há cerca de quatro anos que a comunidade com pouco mais de três mil habitantes presenciou a expressão máxima dessa arte que se propaga aos…

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Uma cidade unida pelo churrasco

A estátua na praça revela que Nova Bréscia tem vocação para o churrasco. Mas foi há cerca de quatro anos que a comunidade com pouco mais de três mil habitantes presenciou a expressão máxima dessa arte que se propaga aos domingos, de casa em casa, de geração em geração. A semana do churrasco mais longo da história não sai da memória de quem ajudou a assar mais de 15 toneladas de carne durante oito dias ininterruptos.

Paulo Zambiasi, 53, foi um dos organizadores do evento, que contou com apoio do governo municipal e de patrocinadores. A comissão era formada por oito churrasqueiros, que fizeram a carreira fora da cidade e estavam retornando. A ideia surgiu durante uma visita do personagem Guri de Uruguaiana. Cada um dos assadores organizou uma equipe com 24 pessoas, que trabalhava em turnos de 12 horas.

De dia e de noite não parava de chegar gente de outras cidades e estados para apreciar a boa carne. Da mesma forma, todos os habitantes locais se ofereciam para ajudar no que fosse preciso. Mais de 80 mil visitantes passaram pelo evento, que cobrava apenas bebida. A proeza bateu recorde mundial e entrou para o Guinness Book.

CHURRASCO_2

Paulo conta que os seis irmãos homens acabaram ingressando no ramo de preparar churrasco. Bastava concluir o Ensino Fundamental para se preparar e sair de casa em busca de oportunidades na Região Sudeste.

Mesmo não tendo familiaridade com a iguaria, ele aprendeu “na garra e na vontade”. O primeiro emprego foi em Minas Gerais, onde acompanhou um dos irmãos mais velhos. Na época todo o estabelecimento desse tipo incluía ‘churrascaria gaúcha’ no nome, pois era a ligação com o estado que atraía a freguesia. Passou por mais de 15 cidades, entre Minas Gerais e São Paulo. “Naquela região eles gostam e respeitam muito a tradição e o estilo dos gaúchos.”

Hoje a família tem uma rede de churrascarias nos dois estados, algumas 24 horas. Até chegaram a usar churrasqueiras a gás, mas a clientela reclamou. “Churrasco tem que ser de carvão”. Segundo ele, um bom tempero não economiza no sal grosso, já que depois é só bater para tirar o excesso. “É ter uma boa carne e o amor para fazer.”

O irmão Gilberto, 54, seguiu caminho semelhante. Além de profissional do ramo, é também um fã do prato gaúcho. “O churrasco é um patrimônio que a gente não larga de jeito nenhum. Qualquer motivo é motivo para fazer churrasco”. Para ele, toda a carne é saborosa, desde que bem-feita. Uma taça de vinho e uma companhia agradável completam a refeição. “A sobremesa é uma boa conversa depois do almoço.”

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