“As mulheres estão contra uma ideia”

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“As mulheres estão contra uma ideia”

Nos últimos dias, um áudio e vídeos da professora Simone Huwe, a Mone, 41, ganharam espaço nas redes sociais. Em defesa dos direitos das mulheres, a musicista de Teutônia canta Chegou a Nossa Vez. • Como surgiu a ideia de…

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“As mulheres estão contra uma ideia”
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Nos últimos dias, um áudio e vídeos da professora Simone Huwe, a Mone, 41, ganharam espaço nas redes sociais. Em defesa dos direitos das mulheres, a musicista de Teutônia canta Chegou a Nossa Vez.
• Como surgiu a ideia de compor essa canção?
A música Chegou a Nossa Vez é uma adaptação do poema O Feminino em Ação da Mana (Edilaine Cagliari, também de Teutônia). A gente se conhece há um tempo e já tínhamos em mente fazer uma música e como veio essa situação toda sugeri fazermos sobre isso e ela topou. Tirei algumas partes do poema e adaptei para música. Mandei o áudio para alguns amigos e foi se espalhando – já recebi umas sete vezes. Uma amiga fez uma montagem com o áudio e depois eu também fiz vídeo.
• Atualmente, falar do movimento em prol dos direitos das mulheres remete à campanha contra o Bolsonaro. Você sofreu alguma crítica por parte dos apoiadores do candidato?
Não, até porque a música não foi de forma direta contra uma pessoa. A música tem relação com as mulheres. Pensei no sentido de as mulheres estarem se unindo para conquistarmos espaço. Como há um tempo teve a união dos caminhoneiros, agora é a união das mulheres em prol de conquistas.
• Qual verso mais te toca?
É a parte que diz “o nosso grito ecoa Brasil afora/ O peito que alimenta, acalenta, agora faz a hora”. É a questão da mulher que está em casa, na batalha, e daqui a pouco deixa a sua casa e vai para a rua lutar por seus direitos. É nesse sentido. Não é uma música política para agredir alguém.
• A mobilização a partir da música é mais efetiva?
A música sempre esteve presente na vida das pessoas. A música é muito forte; é uma forma diferente de expor ideias. Tem a questão do sentimento, então, se torna uma mensagem imponente. Para não dizer que não falei das flores (de Geraldo Vandré, contra a ditadura), por exemplo, marcou a época, assim como várias outras.
• Ao mesmo tempo em que a discussão sobre os direitos da mulher avança, o fanatismo político aumenta. Você acredita que a união feminina pode superar a questão partidária?
Com certeza, pois as mulheres não estão contra uma pessoa, as mulheres estão contra uma ideia. São contra a defesa do estupro, da ideia de que a mulher que usa minissaia merece apanhar porque mostrou as pernas… É uma causa muito maior do que ser contra um candidato ou outro.

Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br

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