As mesmas desculpas faz 30 anos

Editorial

As mesmas desculpas faz 30 anos

As primeiras reuniões entre iniciativa privada e poder público para discutir maior rigidez e regulamentação sobre o comércio ambulante em Lajeado datam dos anos 90. Faz mais de 30 anos, a venda clandestina pelas ruas da cidade incomoda comerciantes e…

As primeiras reuniões entre iniciativa privada e poder público para discutir maior rigidez e regulamentação sobre o comércio ambulante em Lajeado datam dos anos 90. Faz mais de 30 anos, a venda clandestina pelas ruas da cidade incomoda comerciantes e líderes de entidades classistas.
Comércio e serviço fazem de Lajeado o polo regional. Com mais de 80 mil habitantes, a cidade se destaca pela força desses segmentos e atrai público de toda a região. Ao passo que o crescimento desses setores estimula a profissionalização e a expansão, a polêmica em torno da atuação do comércio clandestino remonta a uma ineficiência histórica.
Muitas cidades do estado e do país encontraram saídas maduras e consistentes, capazes de diminuir o impacto e as disputas entre o comércio formal e tradicional ao ambulante. Em Lajeado, infelizmente, a situação se arrasta sem que uma conclusão ou medida mais contumaz se estabeleça.
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Há dois lados bem expostos. De um, comerciantes dos mais variados gêneros e segmentos reclamam prejuízos decorrentes da venda clandestina, favorecida pela ausência de uma fiscalização eficiente. Do outro, vendedores, a maioria atraída de outras cidades do estado e país, fazem da venda ambulante – seja legalizada ou clandestina – o sustento próprio ou de suas famílias.
Colocados os dois lados, o poder público tem a obrigação de intervir e encontrar um ponto de equilíbrio. Permitir o avanço do comércio clandestino e insistir em culpar a falta de fiscais já não é aceito pelas entidades comerciais. E com razão. Lajeado não pode ser uma ilha no estado onde a clandestinidade é favorecida por falta de fiscalização, que prejudica o comércio formal, que paga impostos, gera emprego e multiplica renda.
Ao mesmo tempo, o governo não pode fechar as portas para quem aposta no comércio ambulante como profissão ou sustento. Cabe ao município criar regras claras, viáveis e cumpri-las para que se acabe com a polêmica histórica que alimenta um confronto entre comerciantes e ambulantes. O atual governo reiniciou na semana passada um novo movimento para evoluir no assunto. Líderes sindicais e de entidades classistas debatem novas medidas a serem implementadas.
O fato central é que a situação não pode continuar como está. Já passou da hora de uma intervenção pública à altura do tamanho e da gravidade do impasse criado.

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