Auxiliar de hortifruti em um supermercado de Santa Cruz do Sul, Juliano Kommer, 26, é natural de Teutônia e sonha em se manter entre os principais corredores de rua do RS.
• Sobrevive apenas do atletismo ou tem outra profissão?
É muito complicado csobreviver só do atletismo no nosso país, Eu trabalho desde 2011 no Miller Supermercado, em Santa Cruz do Sul, como auxiliar hortifruti. Só assim para conseguir me manter na cidade.
• Como começou sua relação com o atletismo?
Nas aulas de Educação Física na escola, quando era essa modalidade, eu me destacava bastante. O primeiro contato foi durante a participação em uma competição no colégio Alfredo Schneider, de Teutônia. Foi quando conheci o professor de Educação Física Jones Sacks, que passou a me treinar. Ele me levou para as competições e, mesmo com pouco tempo de treino, tive bons resultados e o gosto pelo atletismo só aumentou.
• Como é sua rotina diária de treinamento?
Eu treino de segunda-feira a sábado, às vezes, no domingo também. Meus treinos são na parte da tarde sempre, no turno da manhã eu trabalho. Meu treinador é o ex-atleta olímpico Fabiano Peçanha, ele monta minha planilha de treinos. Ele é o cara em que me espelho para chegar ao nível mais alto, nada melhor que ter um ex-atleta olímpico como treinador. Tenho nele todas as referências que preciso para ser um grande atleta.
• Qual é a maior dificuldade?
A vida financeira. É muito difícil sobreviver só do esporte. Sou obrigado a ter um trabalho de carteira assinada que é garantia de um salário todo mês com segurança de 13o e férias.
• O que te faz permanecer no atletismo, mesmo tendo pouco apoio?
O amor pelo esporte. Por ser individual, o resultado depende só da minha dedicação. Além disso,tenho a parceria da equipe Associação Medalha de Ouro (AMO) com a Unisc que nos fornece bolsa de estudo, e o Restaurante 22 na universidade que me apoia com almoço e jantar desde que cheguei em Santa Cruz do Sul.
• Qual seu maior sonho?
Concluir a faculdade de Educação Física, e me manter entre os melhores atletas do estado.
• Algo que você não faria se pudesse começar novamente?
Não. Faria tudo da mesma maneira de novo se fosse possível. Com o atletismo, tive um enorme crescimento pessoal e sou muito grato com todas as oportunidades e amizades que fiz através desse esporte.
Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br
