As mentiras e a corrupção nossa de cada dia

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

As mentiras e a corrupção nossa de cada dia

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O boato que correu as redes sociais no fim de semana não passou de boato e ninguém ensaiou protesto nessa segunda-feira. Por mais que as tradicionais fake news se tornem visíveis, a sociedade insiste em acreditar nas mentiras e falsidades que proliferam pelos canais digitais. Não faltou gente correndo para os postos de combustível, no sábado e domingo, crente em uma nova greve a partir de segunda. Continuamos servindo de massa de manobra, estrategicamente formulada para ludibriar a opinião pública.
Enquanto o Brasil tenta voltar ao normal, resta a todos lamber as feridas que se abriram ao longo dos dez dias em que o país parou. Parou e sangrou. Levantamento da Fiergs, publicado no início da semana, mostra que o rombo da paralisação impactou a indústria gaúcha em quase R$ 3 bilhões. Se incluir os serviços, a agropecuária e a construção civil, o furo é ainda mais embaixo.
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O que mais se ouve pelas ruas, especialmente de quem bateu pé à beira da estrada, é uma frustração com o movimento. Muitos continuam convictos de que a intervenção militar continua sendo a salvação para o Brasil. Outros, só enxergam caminho a partir da implosão do Distrito Federal. Poucos apostam nas eleições de outubro, partindo do pressuposto de que “todo político é ladrão”. Numa democracia recente e novata como a nossa, a eleição deveria ser encarada como a grande oportunidade de fazer valer nosso direito.
O momento é de realinhar as energias, restabelecer o foco, erguer a cabeça e trabalhar. O impacto provocado sobre as empresas é irremediável. A crise aumentou a insegurança e a sensação de impotência, frente a um cenário que já não era dos melhores. No bolso do cidadão, a conta também já chegou, vide os preços do tomate e da cebola, beirando R$ 7. E não tem tempo para nos lamentarmos, sob pena de a coisa piorar.
A propósito: durante a escassez de gasolina, na semana passada, estabeleci alguns contatos pela região, em busca de alguém que tinha algum galão de combustível em casa. Cheguei a achar. Na hora de comprar, caí de costas: R$ 25 o litro. Reafirmei pra mim: não é só a corrupção do político o problema do Brasil. E a eleição vem aí!


Vida nova ao zoológico

Da primeira vez em que visitei o zoológico, em Sapucaia do Sul, durante o Ensino Fundamental, até a mais recente, no ano passado, o declínio e o estado de abandono são brutais. Ano a ano, o governo do Estado se mostrava mais incapaz de administrar e manter um dos locais mais visitados no RS. Capim crescendo por tudo, espaços dos animais mal-cuidados, a ponto de dar pena ver os bichos em tal situação.
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Agora, parece surgir um novo tempo. Ao que tudo indica, o governo estadual lança hoje a consulta pública que repassa o zoológico à iniciativa privada. O contrato prevê um concessão de 30 anos. Entre as especificações do modelo proposto, estão manutenção e melhora dos espaços destinados aos animais. Ufa! Além disso, novos empreendimentos poderão ser agregados na área de 159 hectares. De acordo com o governo, não será permitida a edificação de shoppings ou edifícios residenciais ou hotéis. Ufa, outra vez.
A instalação de um aquário, safari, arvorismo e apresentação de pinguins estão entre as novidades previstas. Os investimentos mínimos obrigatórios chegam a R$ 59 milhões. O ingresso padrão está estabelecido em R$ 15, com reajustes anuais. Poderá haver cobrança por atrações extras.


Mais um jornal

O grupo A Hora incorpora mais um jornal a partir deste mês. O semanário Comunidade circula em Capitão faz 17 anos. A partir de agora, fará parte do mix de produtos do A Hora, e passa a circular também em Travesseiro e Arroio do Meio. O A Hora acredita na vida longa e na relevância do jornalismo hiperlocal como difusores de notícias, mas também como agentes de transformação das comunidades.


erva

Erva na merenda

Proposta do deputado estadual Gilberto Capoani abre uma bela discussão. Ele quer incluir a erva-mate no cardápio das escolas gaúchas. Conhecida estado e país afora pelo uso no tradicional chimarrão, empresas de erva-mate têm reinventado a roda nos últimos anos. Já se faz bolos, chás e doces a partir das folhas verdes. O Vale do Taquari é um dos principais produtores de erva-mate do Mercosul, especialmente a região alta. Pensando nisso e na necessidade de ampliar o mercado de atuação, a proposta de Capoani não é ruim.
 

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