Basta. Ninguém ganha com o caos

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Basta. Ninguém ganha com o caos

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

2018 05 29 RODRIGO MARTINI protesto caminhoneiros_arroio do meio
A greve dos caminhoneiros começou com uma bandeira específica e se perdeu em várias frentes. Partiu do preço do diesel e se abriu para o combate à corrupção e seguiu por uma intervenção militar – leia-se, golpe. Chega ao 10º dia com um rombo econômico e social incalculável. O país parou. Empresas e produtores pararam e o impacto, se ainda não chegou, chegará ao bolso de cada brasileiro. Para os produtores de leite, já virá na conta do fim do mês.
O governo de Michel Temer foi à lona várias vezes. Foi atingido no peito e na alma, sem mostrar capacidade de reação. Já deu sinais de sua incapacidade – ou má vontade – de dar mais contrapartidas às já anunciadas até aqui. Quem insiste na continuidade desta greve – seja caminhoneiro ou não – está se lixando para o país e apoia um colapso que nos levará para um buraco sem fundo.
Está nítido e comprovado que, além de caminhoneiros, o movimento é arquitetado por oportunistas políticos e por grandes empresários do ramo dos transportes. A população, insisto, está servindo de massa de manobra sem dar-se conta do abelheiro em que se meteu. Antes de ser mal interpretado, reitero minha posição favorável a manifestações populares das mais variadas ordens, desde que tenham lógica, foco e direção. O protesto em curso, para mim, já perdeu tudo isso.
Aos poucos, os postos de combustíveis voltam a operar pelo Brasil e os serviços, paulatinamente, tendem a normalizar. Passada a tempestade e a frenesi de ver o país de “cabeça para baixo”, olharemos de um lado para o outro sem encontrar um resultado efetivo de todo barulho que foi feito, exceto os R$ 0,46 a menos no preço do diesel.
[bloco 1]
Ontem, a Fetag, instituição que fala pelos produtores rurais, pediu o fim dos protestos. Até o presidenciável Bolsonaro – ele já ganhou o que queria – gravou vídeo em linguagem de estadista para pedir o desbloqueio nas estradas.
Já basta. Chega de sangrar o Brasil e o bolso de empresários e trabalhadores. Ninguém ganha com o caos. Ele só interessa aos oportunistas políticos de plantão que, de esquerda ou de direita, estão de olho na tomada do poder.


Água por gasolina

Uma oficina de Lajeado recebeu, nesta semana, cliente com problemas mecânicos, especialmente bomba de combustível e injeção. Ao retirar a gasolina do tanque, deparou-se com uma situação estarrecedora: metade do que havia no reservatório do carro era água. Prato cheio para uma investigação do Ministério Público, ainda mais em tempos em que combustíveis são o principal assunto na pauta da sociedade.
Coluna Fernandoi


Educação é a saída

Em momentos de profunda crise, política e institucional, como a vivida no Brasil atual, reforça-se a necessidade de investir em educação. Só ela é capaz de promover a mudança e a evolução social desejada.
Por assim ser, cabe invulgar a iniciativa do Colégio Alberto Torres, de Lajeado, que ontem pela manhã, em meio às manifestações, reuniu painelistas regionais ligados ao tema para discutir o assunto com os alunos dos ensinos Fundamental e Médio.


Desemprego sobe de novo

Em meio aos protestos Brasil afora, o IBGE divulgou ontem números sobre o desemprego no trimestre até abril. Já são 13,4 milhões de brasileiros sem emprego, o que representa um aumento de 12,9% em relação ao trimestre anterior. Fico pensando no reflexo para o próximo índice, levando em conta o prejuízo acumulado por todos estes dias não trabalhados nas empresas.

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