O colapso e a irresponsabilidade

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

O colapso e a irresponsabilidade

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A mobilização dos caminhoneiros é manchada pelo oportunismo de políticos e empresários, pela inação do governo e deve acabar da pior forma possível.
O apoio irrestrito à paralisação total dos caminhoneiros tende a virar à medida que farmácias ficam sem remédios, postos de saúde sem vacinas, mercados sem comida, postos sem combustível, hospitais sem oxigênio. O que se vê desde segunda-feira, quando os primeiros motoristas desligaram os motores à beira das rodovias, é muito mais do que uma greve de caminhoneiros.
A participação de grandes empresários de transportes é explícita, logo, inconstitucional e não responde por greve, e sim, locaute. Nem um profeta do apocalipse seria capaz de prever o que aconteceria com o Brasil nestes últimos dias do mês de maio.
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O colapso se estabelece e o governo se acovarda. Mostra-se incapaz de apresentar uma solução e recorre à força do Exército para devolver o país à sua ordem. Uma reunião de sete horas, no início da noite dessa quinta-feira, de nada adiantou. O acordo selado foi ignorado, mais uma vez, pelos caminhoneiros e a grave continuou nessa sexta-feira. O movimento que foi subestimado no início da semana deixa os líderes do Planalto atônitos.
Enquanto o Congresso e o Senado Federal disputam o troféu da irresponsabilidade, o movimento das ruas alimenta oportunismos de toda ordem. Donos de postos de combustível achacam motoristas em pânico, atrás de um litro de gasolina. Parte da oposição festeja o caos, enquanto a direita possuída aumenta o coro pedindo por intervenção militar, invocando um claro e rasteiro golpe. A democracia nunca esteve tão ameaçada.
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Se o oportunismo político-eleitoral está visível, o movimento expõe, mais uma vez, a irritação das pessoas com a política econômica perversa e o descrédito dos políticos em geral. Até essa sexta-feira, ouvia-se a população apoiar o movimento e incentivar um colapso. Para onde isso estava levando o país, pouco importava. Ninguém suporta mais um sistema político podre, corrupto e perverso, ainda que apoiado por nós, por meio do voto.
O que mais estarrece em meio a tudo isso é ver o povo e os próprios caminhoneiros sendo usados como massa de manobra por uma dúzia de oportunistas – políticos e empresários – que tentam contrair dividendos econômicos, eleitorais ou de poder. Pior ainda, quando anuncia-se a intervenção militar para desobstruir as rodovias. O risco de conflito é real. E as chances de toda greve acabar em pizza, também.


Do CTC para a prefeitura

O nome do advogado André Bücker, presidente do Clube Tiro e Caça até o fim de 2017, ganha força para assumir a Secretaria de Desenvolvimento de Lajeado. O prefeito Marcelo Caumo procura substituto desde a saída de Douglas Sandri, que rumou para a disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa.


Bateu o capeta

A realização da Festa de Maio, em Teutônia, ficou comprometida. Depois que a CIC local conseguiu juntar os cacos – decorrente da operação Schmutzge Hände, e reorganizar o evento, surge a greve dos caminheiros. Um dos principais shows da festa teve que ser cancelado. Ainda bem que os expositores capricharam nos estandes e compensam a visita à feira até domingo. O tempo bom de sol é outro motivo para visitar a tradicional Festa de Maio.

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