A escolha certa

Opinião

Ney Arruda Filho

Ney Arruda Filho

Advogado

Coluna com foco na essência humana, tratando de temas desafiadores, aliada à visão jurídica

A escolha certa

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O texto é intitulado O Valioso Tempo dos Maduros. Recebi o print do amigo Luis Fernando Cardoso de Siqueira como sendo de autoria de Mário de Andrade. “Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.”
Como não o conhecia (o texto) fui atrás de outros escritos impactantes e me deparei com uma curiosidade: recentemente houve uma polêmica acerca de quem de fato escreveu o tal texto. Rubem Alves, Oswald de Andrade e outros foram “acusados” de serem os autores da obra. Ao final, pelo que consegui levantar, o criador da obra O Tempo que Foge, que seria o título original, se chama Ricardo Gondim, teólogo e escritor cearense. Debates e polêmicas à parte, importa é o conteúdo e a mensagem, ficando a sugestão da leitura.
Mas voltando ao tema título resolvi falar da escolha certa, pois tenho 54 anos e estou às portas dos 55. A idade importa quando se fala de escolhas, porque, na maioria das vezes, a certeza de ter seguido o melhor caminho somente se revela com o passar dos anos.
Olhando para trás, vemos com mais clareza o que se passou e a avaliação fica mais fácil. Daí o valor de estudar história, ler biografias, assistir a filmes de época. Daí também a importância de se ouvir as narrativas dos mais velhos, perceber como veem os caminhos que escolheram, seus erros e seus acertos.
Por isso, proponho uma conversa franca com essa anciã de 163 anos chamada Lajeado. Proponho que perguntemos a ela como se sente olhando para trás. Desde do início, quando Antônio Fialho de Vargas, seu filho mais ilustre, explorava o porto e recebia as primeiras famílias que chegavam navegando pelo Rio Taquari.
Quero perguntar como ela percebe, hoje, o que alguns de nós enxergam como desenvolvimento. O crescimento urbano dando as costas para o rio e o esquecimento daquela origem histórica de dificuldades e de lutas. Gostaria de saber como ela vê os afluentes do seu grande rio. O Arroio Saraquá, o Engenho e outros, transformados em esgoto. Alguns vão dizer que temos que fazer benchmarking, pois adoramos exemplos e soluções importadas.
[bloco 1]
Talvez devamos mesmo ir além, comparar outras experiências e práticas. Conversar com outras anciãs mais antigas, que têm mais tempo de vida, mais desenvolvimento, mais “riqueza” e experiência. Vou topar o desafio e não tenho o menor receio de errar: todas as cidades maiores que a nossa reconhecerão que erraram ao esquecer seu passado e a desdenhar a qualidade de vida em prol de interesses privados.
Todas estarão arrependidas de não terem preservado a sua memória, as nascentes dos seus rios, os limites necessários da expansão urbana. Todas as grandes se dirão sufocadas pela poluição e estranguladas pelo trânsito caótico. Todas invejarão a qualidade de vida que ainda conseguimos preservar. Se entrarmos na questão da segurança então, o choro será infinito.
Tenho menos cerejas na minha bacia, diferentemente da nossa cidade. As décadas marcam a decadência do corpo humano, mas devem representar marcos de crescimento e aprimoramento das cidades. Como diz o Gondim, sem muitas jabuticabas na bacia (são jabuticabas, não cerejas), quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”.
Quero viver numa cidade com mais gente na rua. Correndo o risco de ser repetitivo, em 2018, temos escolhas importantes a fazer e que determinarão o nosso futuro. Plano Diretor, transporte urbano, saúde e educação estão em pauta. Dialogando com o passado, teremos mais chance de construir um futuro promissor.


Juizado do Torcedor: trabalho duro no Gre-Nal

O Juizado do Torcedor e Grandes Eventos (JTGE) da Arena teve plantão movimentado no Gre-Nal de sábado. Foram 15 ocorrências atendidas, maior número dos quatro clássicos disputados neste ano. As audiências foram conduzidas pelo juiz de Direito Roberto Carvalho Fraga. O trabalho iniciado por volta das 15h encerrou após as 21h.
O gremista que, pouco antes do apito final, disparou um sinalizador para dentro do campo está suspenso dos estádios pelas próximas 15 partidas do Grêmio, com compromisso de apresentação em delegacia no horário dos jogos.
Cinco torcedores colorados foram flagrados “surfando” sobre ônibus. Três foram punidos com cinco jogos de afastamento. Um adolescente e um adulto (com antecedentes) terão a definição de seus casos em novas audiências.
Duas outras ocorrências envolveram a chegada da torcida do Internacional ao estádio, como provocações, arremesso de objetos e outros. Dois acusados foram detidos. No JTGE, aceitaram a transação penal e devem se apresentar em delegacia nos próximos dez jogos.
Por ter dado uma cusparada em casal que se dirigia à torcida mista, um homem foi punido com cinco jogos.


STJ e FGV debatem custo e uso predatório da Justiça

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Fundação Getúlio Vargas – FGV Projetos promovem na segunda-feira, 21, o seminário intitulado Acesso à Justiça: o Custo do Litígio no Brasil e o Uso Predatório do Sistema Justiça.
O objetivo do evento é discutir o fenômeno cultural da judicialização no país e o impacto de ações judiciais desnecessárias na eficiência do Judiciário.
Serão debatidos temas como a racionalização do sistema de justiça, mediante o gerenciamento dos processos; o problema da judicialização da saúde; os caminhos possíveis para a desjudicialização; o papel dos juizados especiais e das Defensorias Públicas para a otimização do sistema justiça, além de meios alternativos para a solução de conflitos.
A coordenação científica do seminário está a cargo dos ministros do STJ, Luis Felipe Salomão e Villas Bôas Cueva, e do conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Henrique Ávila.
O evento ocorre das 8h30min às 19h, no auditório externo do STJ, em Brasília.

Acompanhe
nossas
redes sociais