Teutônia tenta voltar à normalidade

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Teutônia tenta voltar à normalidade

A cidade que canta e encanta vive dias de tensão. E de desconfiança. Perplexa, quase perdeu a voz. A divulgação dos detalhes do despacho da juíza Patrícia Stelmar Netto, no fim de semana, alvoroçou a comunidade. E não é por menos.
A síntese do conteúdo que levou a magistrada a pedir a prisão e o afastamento dos principais envolvidos é o que há de pior no cenário político atual. A desfaçatez com que conduziram a coisa pública mostra quanto e como transformaram a prefeitura num grande balcão de negócios.
Ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte. O prefeito Jonatan Brönstrup tenta implementar uma verdadeira – e inevitável – reconstrução do governo. Anunciou dois novos secretários esta semana, afora a contratação do assessor jurídico, Juliano Heisler, ainda na semana passada.
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Muito mais do que mudar peças do tabuleiro, é preciso encontrar um novo e adequado jeito de governar. E, de preferência, autoral. O município não pode parar. E, dentro das variáveis que a Justiça estabeleceu, é imperioso voltar à normalidade dos serviços.
Não pode – e nem deve – deixar meia dúzia de sem-vergonha macular todo o funcionalismo público do município. Aliás, é preciso invulgar que a absoluta maioria das centenas de servidores nada tem a ver com as manobras deflagradas pela operação do MP e da polícia.
Teutônia é uma das principais economias do Vale do Taquari. O município é um dos mais prósperos – infelizmente, até para falcatruas – em termos de desenvolvimento e crescimento econômico. Que a investigação Schmutzige Hände consiga varrer a corrupção endêmica de dentro da prefeitura, penalize os malfeitores e coloque o poder público nos trilhos do desenvolvimento local.


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Ufa, Lula foi. E os outros?

Lula preso é uma resposta à impunidade. Merece estar lá por tudo que fez e desfez. Mas sua prisão não basta. Pelo contrário, está longe de ser motivo de comemoração ou de expectativa eufórica para o Brasil. De que adianta prender Lula, se Aécio, Temer, Renan e tantos outros continuam soltos e agindo como raposas felpudas, dando as cartas do jogo?
O momento do país está eivado de contradições. E de perigos. Por um lado, as instituições judiciais funcionam e pela primeira vez prendem líderes políticos por crimes que lhes são imputados. Por outro lado, outros estão ao abrigo dessas mesmas instituições judiciárias, protegidos por um sistema de blindagem que foi montado por uma colusão, uma associação entre políticos, com ramificações no Judiciário e com coordenação do Executivo, para livrar políticos do processo judicial. E assim escapam e se proliferam.
Essa estrutura de privilégios que protege líderes em cargos importantes no Legislativo, no Executivo e nos partidos não tem nada de republicano. Portanto, só haverá razões para soltar fogos se surgirem mudanças estruturais no sistema político brasileiro capazes de acabar com as falhas estruturais no modelo vigente.
Ao encarcerem uma das figuras mais emblemáticas da história recente da política brasileira, os operadores da Lava-Jato e as vozes que celebram a prisão de Lula devem continuar ativos. Se esmorecerem e afrouxarem o combate à corrupção, tudo não terá passado de uma grande manobra para mexer nas pessoas sem mudar o sistema. Que a prisão de Lula seja um novo começo e não o fim do combate à corrupção.


Ativos e não reativos

Pela terceira vez, o Departamento de Trânsito de Lajeado corre atrás do prejuízo. Refiro-me à instalação de redutores de velocidade nas vias urbanas. No bairro Santo André, no Moinhos D’Água, e ontem, na rua Francisco Oscar Karnal, no centro, os quebra-molas foram colocados após os acidentes.
Verdade que o diretor do departamento, Carlos Kaiser, tem sobre a mesa mais de 300 pedidos de redutores. Ainda assim, sugerem-se critérios melhor estruturados para atender os locais mais nevrálgicos. Lajeado tem um dos maiores índices de veículo por habitante no estado. O número, somado aos problemas viários decorrentes da histórica falta de planejamento, aumenta os riscos de motoristas e pedestres.


Fim da “boca livre”

Ao contrário do que publicamos neste espaço na semana passada, o vereador Norberto Fell, de Estrela, pediu o fim do vale-almoço aos vereadores que participam das reuniões da Cacis. Coerentemente, o parlamentar sugere que cada vereador pague o almoço nos encontros empresariais, a exemplo do que fazem todos os associados. Feita a correção.


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Não é o lixo. É educação

Três dias depois da maior expressão voluntária do Vale do Taquari a favor do ambiente, encontra-se lixo nas margens do Rio Taquari.
Nem parece que no sábado centenas de cidadãos percorreram matos e barrancos em nome de mais uma ação do Viva o Taquari-Antas Vivo, que recolheu quase quatro toneladas de resíduos descartados de forma irregular.
Fica evidente que o problema não está no lixo, e sim na educação. Ou melhor, na falta dela.

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