“Falta envolvimento por parte da comunidade”

Lajeado

“Falta envolvimento por parte da comunidade”

No primeiro mandato, Ederson Spohr (PMDB) assume a presidência do Legislativo

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“Falta envolvimento por parte da comunidade”
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O novo presidente da câmara legislativa começou “na lida” muito cedo, junto com a família, na roça. Ainda criança, aprendeu as diversas práticas rurais, desde variadas plantações e até o cuidado com os suínos. Entrou na política em 2012, concorrendo a vice-prefeito. Quatro anos depois, foi eleito com a terceira maior votação entre os 15 vereadores.

Ederson Spohr tem 40 anos e é o caçula da família. A mãe se chama Heidi Maria Spohr e o pai, morto em 2014 após sofrer um AVC, chamava-se Telmo. O presidente da câmara, eleito com 1.360 votos, tem dois irmãos mais velhos: Edson, de 53 anos, e Rose, de 50. “Minha irmã vai ficar braba com essa informação”, brinca.

Empresário no ramo da construção civil, o vereador começou a cursar Gestão Pública faz três meses. Antes disso, tentou se formar em Administração, mas acabou desistindo – por ora – do curso de graduação.

Entrevista

“Novo” na política, Spohr fala um pouco sobre o início no PSDB, a eleição perdida em 2012 ao lado do agora prefeito, Marcelo Caumo, a mudança para o MDB em 2015 e as propostas e anseios para o exercício de 2018 à frente do parlamento lajeadense.

A Hora – Quando você decidiu entrar na política?

Ederson Spohr – Eu sempre fui uma pessoa muito ativa. Sempre gostei de política, mas sempre era algo entre amigos, grupos de conhecidos. Também atuei como cabo eleitoral de Márcio Klaus, em 2008. E foi naquele ano que pensei em ser candidato a vereador. Isso porque, naquela época, todos para quem eu pedia voto me falavam: você tem que concorrer. Em 2012, eu ainda tinha um pouco de receio de buscar vaga na câmara. Não queria sair do pleito com poucos votos. Então o PSDB me indicou para ser candidato a vice-prefeito na chapa do Caumo. Foi minha primeira ação na política.

Por que você deixou o PSDB?

Spohr – Foi em 2015, em função de algumas divergências de ideias com líderes do partido na época, como Ito Lanius e Delmar Portz. Eu discordava de algumas posições deles referentes ao partido, então, decidi sair de cena. Não cheguei a me desfiliar, inicialmente, mas já iniciei a procura por outro partido. Estava decidido a concorrer a vereador em 2016, principalmente após minha irmã conquistar 508 votos na eleição passada, um sinal de que nossa família teria respaldo. Eu conversei com o Celso Cervi, então presidente do MDB, e gostei do projeto e das ideias dele para o partido. Foi aí que me filiei e deixei o PSDB.

Quais são as principais carências no Legislativo local?

Spoht– Olha, eu acho que a grande carência está na pouca participação popular. Falta envolvimento por parte da comunidade. Vejo tantas discussões improdutivas em redes sociais, onde parece que a vontade de destruir é muito maior do que a necessidade de propor melhorias. Diante disso, cabe a nós, vereadores, trabalhar cada vez mais sério para mostrar para essas pessoas que a nossa câmara é séria e que está aqui para ajudar a construir soluções.

E quais as maiores virtudes desta legislatura?

Spohr – Eu acho que todos nós fomos muito produtivos no primeiro ano. Foram diversos auxílios para entidades diversas, com repasses e reuniões realizadas no plenário. Aliás, isso é algo que certamente vamos manter. Esse diálogo. Chamar representantes para dialogar com os vereadores. O que é bom a gente não mexe. Mas pela falta de experiência na política eu não saberia comparar nossa câmara com outras, para saber em que levamos vantagem, por exemplo. Acho, também, que a maioria tem méritos ao ser bastante insistente com os requerimentos.

Você pretende finalizar em 2018 o trâmite sobre a sede própria da câmara?

Spohr – Nesta semana mesmo, vamos iniciar as conversas com todos os vereadores. Se a maioria for favorável, levaremos adiante. Nossa sede atual é muito ruim. Falta espaço e falta conforto nos gabinetes para receber a população. E minha ideia é a mesma que eu já informei em 2017: uma câmara nova, enxuta, barata e, se possível, utilizando a permuta de terrenos públicos para quitar a construção. Acho, aliás, que essas permutas precisam ser utilizadas para construção de novas creches e pavimentações de ruas.

Qual sua posição sobre o número de assessores (dois) por vereador?

Spohr – É possível fazer um bom mandato sem assessores, mas o trabalho é muito melhor com os assessores. Eu, se possível, teria três assessores e colocaria os três a trabalhar, claro. Esses dias, em entrevista à rádio, uma ouvinte pediu para eu “acabar com CCs e penduricalhos”. Acho que não é por aí. Creio que quanto mais pessoas melhor será o serviço prestado. Mais podemos fazer.

Ao fim de 2018, qual é o legado que você pretende deixar?

Spohr – Quero tentar aglutinar ainda mais os vereadores para que todos trabalhem em prol da comunidade. Assim como pretendo melhorar a relação com o Executivo. Creio que o governo municipal anda falhando muito em pequenos detalhes, como a atenção a determinados requerimentos. Em tese, não somos situação, mas também não faremos oposição “no fígado”, como dizem por aí. Quando for bom para a cidade, vamos apoiar o prefeito.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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