A eleição de 2018 mobiliza partidos. Articulações alinham posicionamento e representatividade na corrida eleitoral. Até agora, dez partidos estudam no mínimo 14 nomes para concorrer ao parlamento gaúcho.
Em 2014, foram 12 candidatos à AL. Enio Bacci (PDT) e Edson Brum foram eleitos. Até as convenções partidárias, quando ocorre a oficialização das candidaturas, o número de postulantes da região pode mudar. Na lista de interessados ainda não consta nomes como o ex-prefeito de Lajeado, Luis Fernando Schmidt.
Segundo o presidente do PT, Carlos André Nunes, apesar de existir suposições sobre a possível candidatura, Schimidt ainda não oficializou intenção. “Até hoje, apenas o vereador Sérgio Kniphoff manifestou de forma oficial interesse de representar o partido.”
Conforme Nunes, se ventila internamente, a possibilidade do prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco, disputar a Câmara dos Deputados, mas ainda é assunto de bastidor.
Ex-prefeito na disputa
O PMDB ainda está em fase de articulações, o partido deve lançar o ex-prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, para concorrer ao parlamento gaúcho. Segundo ele, até o momento, apenas ele colocou nome a disposição.
Além de Eckert, Edson Brum também tentará reeleição. Nos bastidores, o nome do vereador de Lajeado, Carlos Eduardo Ranzi também é citado como possível pré-candidato, mas não há confirmação.
PP não tem definição
Alguns partidos, como o PP ainda discutem quais representantes devem participar do pleito. Até agora trabalham em três nomes: a presidente do partido Mareli Vogel, que em, 2014 disputou a câmara dos deputados. A vice-prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher e o coordenador de projetos especiais da prefeitura de Lajeado, Isidoro Fornari Neto, também podem aparecer na disputa.
Segundo Mareli, os prefeitos eleitos no ano passado, não pretendem abrir mão dos mandatos para a nova disputa. O PP é o segundo partido com maior número de prefeitos na região.
PSDB pode ter dois candidatos
O PSDB tem dois pré-candidatos. A vereadora de Lajeado Mariela Portz e o de Teutônia, Marcos Quadros. Mariela defende que o partido deve ter apenas um candidato representando a região. Considera que seu nome ganha força entre os tucanos devido sua votação expressiva nas eleições municipais e diante do protagonismo que tem ganhado internamente no partido.
Segundo ela, executivas de Encantado, Muçum, Cruzeiro do Sul e Estrela já demonstraram apoio à ela. “Mas não há nada definido. Essa é uma fase de conversas e análises. A intenção é centralizar apoio em apenas um candidato, porém, outras pessoas também demonstram interesse em se candidatar. Isso ainda precisa ser alinhado.” Mariela tentará buscar apoio da base do PP de Lajeado em sua candidatura.
Marcos Quadros disse que não vai desistir da disputa. “Sou pré-candidato e a região deve ter mais de um representante disputando vaga pelo partido. Eu não abro mão.” Os dois tucanos devem fazer dobradinha com Lucas Redecker, que concorre vaga na Câmara dos Deputados.
Siglas definem postulantes
Bruna Salles será pré-candidata pelo partido Novo. Ela passou por processo seletivo e obteve aval da sigla para entrar na disputa. Leandro Vuaden participa, pelo PR. O empresário, Reginaldo Moraes, de Teutônia, será candidato pelo Democratas. Morares deve contar com apoio de membros do partido do Vale do Taquari e do Rio Pardo.
O PTB ainda está em discussão. A princípio o ex-vice-prefeito de Lajeado, Vilson Jaques se colocou a disposição para disputa. Na última eleição, ele foi postulante a deputado federal pelo PMDB.
Griebeler busca engajamento local
O vice-prefeito de Estrela, Valmor Griebeler é o pré-candidato do PV. Ele busca construir unidade regional na sua representação. Para ele, é necessário construir viabilidade eleitoral. “Nossa previsão é que com 15 mil votos conseguimos uma cadeira.” O vice-prefeito aposta no engajamento da comunidade de Estrela para obter essa vitória.
Representação territorial
A necessidade de ampliar a representatividade regional foi um dos aspectos pontuado no planejamento estratégico elaborado pelo Codevat. Nas últimas eleições, houve redução da preferência do eleitor pelos postulantes locais e resultou na falta de representatividade. (Confira gráfico com evolução).
A pluralidade e diferentes formas de engajamento divide os votos e dificulta a vitória de lideranças locais. A escolha é direcionada pela afinidade partidária, apoios pontuais e pelo comprometimento diante da destinação de emendas. Isso faz líderes de diferentes cidades apoiar candidatos distintos.
“Somos uma região com 350 mil habitantes e 283 mil eleitores, e o número de candidatos locais é muito grande. Isso é legítimo aos partidos, mas ao mesmo tempo nos divide. Na última eleição todos os deputados estaduais eleitos fizeram votos no Vale do Taquari”, comenta a presidente do Codevat Cintia Agostini.
Segundo ela, a tendência é que aqueles que estão na AL ou na Câmara dos Deputados voltem a fazer votos no Vale. “Eles criaram suas bases e compromissos eleitorais. Essa divisão tende a se repetir.”
Articulação em diferentes espaços
Na avaliação dela, a presença e o papel de articulação política em diferentes espaços é fundamental para avançar nos pleitos regionais. “A dinâmica político partidária permite se alcançar políticas públicas, emendas parlamentares e debates mais aprofundados da legislação. Não tem como nós pensar política pública sem pensar neste envolvimento.”
Segundo ela, faltam representações efetivas do Vale do Taquari. Ela considera que o mecanismo para alterar esse cenário é o voto distrital misto. O modelo entra em vigor a partir de 2022 e será um instrumento legal de territorializar o voto.
Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br | Colaboração: Carolina Chaves da Silva
