Expovale busca uma identidade

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Expovale busca uma identidade

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Protagonista como feira regional, nos anos 80, a Expovale pode ser considerada a “feira das feiras”. Se revela uma espécie de incubadora do gênero. A Construmóbil, Agroind e tantas outras exposições nasceram dentro da Expovale e depois ganharam vida própria.
Na região, o modelo foi multiplicado nas diferentes cidades com eventos típicos e identificados com a vocação de cada município. Quase todos têm seu evento e muitos se inspiraram nos acertos da Expovale para ousar e fortalecer a própria feira. Deu certo. Eis o legado.
Mas a Expovale chega a sua 21ª edição com um ponto de interrogação: para onde vai?
Concebida como Fenal – Feira Nacional de Laticínios, há mais de cinco décadas, a hoje Expovale é, além de uma marca forte, um símbolo da organização coletiva, que gestou negócios e novas feiras regionais.
Ainda assim, carece de uma identidade. Para alguns deve seguir sendo uma multifeira, para outros deveria focar e assumir determinado segmento.
Um grupo de pessoas discute o futuro da Expovale e tenta dar o tom dos rumos já na próxima edição marcada para novembro.
É certo que a Expovale precisa se posicionar com mais clareza e foco. Não significa, necessariamente, pender para algum segmento em específico, mas não pode deixar de responder aos questionamentos sobre qual é seu futuro.
O presidente da edição 2018, Valmor Scapini, lidera a rodada de reuniões com empresários, universidade e poder público. Após dois encontros, as ideias ainda não encontraram unanimidade. O único ponto consensual é de que a Expovale não deve mudar radicalmente, mas iniciar um processo de transformação e confirmação do perfil de feira que deseja ser.
Os números e dados da pesquisa obtidos nas últimas edições mostram um alto índice de aprovação dos expositores. Mais de 80% se dizem satisfeitos e querem participar de novo. As prospecções de negócios, igualmente, são enaltecidas pela maioria. O público crescente e diversificado também denota razoável grau de acerto.
Ainda assim, a Expovale pode e deve mais. Precisa pensar a frente, assim como fizeram seus idealizadores há mais de 50 anos. Foram ousados, disruptivos e não se acovardaram diante das adversidades e opiniões pessimistas da época. Pensaram em nível nacional.
Pessoalmente, gosto da ideia de a Expovale assumir protagonismo na gestão de novos negócios e conhecimentos. Para isso, terá de se abrir e encarar um desafio além das últimas edições. Terá de ampliar suas alianças regionais, apesar das individualidades que resguardam os diferentes perfis das cidades.
Uma alternativa pode estar nas grandes organizações privadas. Somos um vale de alimentos em meio a transformação tecnológica em franca ebulição. O tamanho do desafio é o mesmo da evolução natural que uma cidade polo necessita em sua volta.
Lajeado e Expovale se fundem pelas oportunidades, mas falta enxergar o horizonte.
O tema está sobre a mesa. O conjunto de ideias e o pensamento disruptivo devem dar o tom dos passos vindouros para dar à “feira das feiras”, a importância merecida.
O começo está na humildade de reconhecer que as respostas não estão na cabeça de algumas. A Expovale transcende Lajeado e a Acil.
Talvez tenha chegado o momento de quebrar alguns paradigmas. Ou não!
 


 

Críticas à coluna anterior

O tema abordado pela coluna na semana passada causou reações diversas nas redes sociais. Muitos comerciários criticaram a opinião e, por meio de mensagens e postagens, refutaram a ideia de que Lajeado deva abrir o comércio aos domingos. Não concordam, de forma alguma.
A crítica maior foi em relação à manchete, considerada generalista por alguns.
Devo reconhecer que a afirmação tácita pode ter causado interpretação distorcida na abertura da matéria. Certamente deu margens a um entendimento que não fora o pretendido.
Importante esclarecer que minha opinião não é tornar “obrigação” a abertura do comércio aos domingos. Defendo a prática opcional às lojas interessadas em tal movimento e, com base no acordo com suas equipes, estabelecer remunerações e rodízios justos. Não fosse isso, não teríamos shoppings, supermercados e nem restaurantes abertos aos domingos.
Enfim, não pretendo ter razão nesta opinião expressada. É apenas uma opinião, e respeito às demais.


ARQ do Ano 

Guardadas as proporções, a pompa do lançamento do anuário ARQ 2018, na quinta-feira, em Santa Cruz do Sul, foi semelhante ao prêmio do Oscar. Subiram ao palco pelo tapete vermelho mais de 40 escritórios e profissionais de arquitetura das regiões dos vales. Eles foram selecionados por uma banca de jurados da Univates e Unisc, curadoras do projeto idealizado pelo jovem empresário de Garibaldi, Luis Gustavo Portinho, que reconheceu os melhores projetos inscritos na ótica da sustentabilidade.
O evento é patrocinado por seis empresas de Lajeado e Santa Cruz do Sul. Para o empresário André Damiani, da Florense Lajeado – um dos envolvidos –, o evento consolida uma incessante busca pelo reconhecimento do trabalho dos excelentes profissionais do Rio Grande do Sul e, especialmente, da região dos vales. É um projeto que impulsiona a economia por meio da criatividade dos arquitetos e designers.


Coragem para cortar

O prefeito de Marques de Souza, Edmilson Dörr, colhe os resultados da austeridade no governo. Diferente do que alguns previam, ele impõe uma gestão organizada e econômica, com poucos cargos de confiança e enxugamento em todos os setores. O exemplo chama atenção pela firmeza e quebra de paradigmas que adotou.
Ainda assim, existem os críticos. Perfeitamente compreensível.
 
 

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