Comércio fechado aos domingos não tem cabimento em Lajeado

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Comércio fechado aos domingos não tem cabimento em Lajeado

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A discussão de abrir ou não o comércio aos domingos em Lajeado é antiga. Não é diferente em qualquer cidade de menor porte. E, à medida que essas se desenvolvem, surge a necessidade de atender visitantes e até mesmo a população em geral, a qual adquire um perfil cada vez mais urbano e eclético.
Já não faz sentido Lajeado, com quase 80 mil habitantes, insistir na lógica sindical e impedir o funcionamento das lojas, restaurantes e demais estabelecimentos em fins de semana. Não tem argumento plausível para esse conservadorismo.
Em uma época em que os empregos estão ameaçados pela tecnologia em curso, é pouco inteligente dispensar as oportunidades aos domingos. Quando uma cidade diz não a essa prática normal no mundo, ela se limita e “tira” empregos da sua gente. É uma visão ultrapassada insistir nisso, para não dizer outra coisa.
Afinal, o que é mais importante: emprego ou folga?
Abrir o comércio nos fins de semana significa mais postos de trabalho, mais renda e maior desenvolvimento social e econômico. Atrai pessoas para comer, se divertir e comprar.
O argumento do descanso semanal é correto, mas não pode ser distorcido. Quando um profissional trabalha no fim de semana, ele tem direito à folga em dia de semana. E, assim, sugere-se um rodízio na equipe para que todos possam aproveitar a folga orgânica sem sobrecarregar os mesmos.
Ainda assim, tem muita gente que adoraria trabalhar somente aos domingos, se obtivesse a oportunidade. Com o desemprego em crescimento, pouco importa o dia do trabalho, mas, sim, o salário no fim do mês.
Concordo e defendo que os critérios e as regras devem ser estabelecidos. Os direitos do trabalhador devem ser preservados na sua essência e nisso os sindicatos têm papel fundamental. Mas isso não tem nada a ver com abrir ou não aos domingos.
Estamos às vésperas do Natal e Ano-Novo. A economia precisa girar. As lojas – muitas delas com dívidas até o pescoço – têm neste período seu maior reforço para não fechar.
[bloco 1]
Logo, discutir se abre ou não aos domingos é uma perda de tempo, de dinheiro e uma ameaça para demissões em janeiro, quando o caixa dessas empresas não suportará manter a equipe por não ter feito “gordura” nesta reta final do ano.
O varejo por si só está ameaçado. No mundo inteiro, as lojas de pequeno porte sofrem com o avanço das grandes multinacionais. Se limitarmos o único diferencial ainda restante, então daremos mais um empurrão para enfraquecer o setor e talvez aniquilar.
Além do mais, quem empregará esse contingente depois. Quais garantias os contrários podem dar aos trabalhadores se esses perderem o emprego? E aos desempregados atuais, qual opção esses têm para trabalhar aos domingos?
Está na hora de começarmos a olhar as coisas como elas são e não como alguns tentam fazer parecer.
Poderia aqui invocar os pequenos empresários, muitos dos quais trabalham de segunda a segunda. Eles trabalham como qualquer outra pessoa, e nem sempre usam de folgas na semana.
Também não cabe jogar patrões contra empregados quando se trata desse assunto. Estão todos no mesmo barco.
Tenho plena convicção: o trabalho dignifica as pessoas. Ter a oportunidade para ganhar o sustento pessoal e da família é a coisa mais importante para milhões de brasileiros. Oxalá, tivessem todos a oportunidade.
A abertura do comércio aos domingos não salvará a pátria, mas movimentará mais e novos recursos. Uma cidade-polo precisa se abrir e assumir seu papel de fato.
Ao insistir nesse atraso, Lajeado tira de seus trabalhadores a possibilidade de empregos, ganhos melhores e trava seu comércio. Pois nada é mais lógico do que uma maior oferta de empregos e consequentes melhores salários ao trabalhador.
Assim como supermercados, restaurantes, hotéis e outros, o comércio em geral não tem diferença.
Espero que tenhamos discernimento e bom senso para vencer esse paradigma provinciano.
Bom fim de semana a todos!


Inovação e tecnologia afloram na região

A comitiva liderada pela Univates ao Porto Digital de Recife, na semana passada, abriu caminhos e aflora discussões tecnológicas e sobre inovação no Vale.
A Acil ensaia visita tecnológica, desta vez, ao estado de Santa Catarina. O movimento dos líderes regionais denota o grau de importância necessário para colocar a região em contato com esse assunto.
Na quinta-feira, durante o lançamento do livro da Docile, em conversa com o executivo da Dália Alimentos, Carlos Alberto de Figueredo Freitas, ele compartilhou à coluna iniciativas propostas por parceiros à Dália para apostar em startups no Vale do Silício, no EUA.
Ao mesmo tempo, Freitas é adepto da ideia de promover uma articulação regional e colocar o Vale do Taquari no circuito das transformações em curso. “Acho importante e há espaço para pensarmos nisso, numa composição de cabeças pensantes”, reconhece o executivo, aberto a debater o tema e ensaiar algumas iniciativas.
A ideia se soma ao formato da articulação estabelecido em Recife, há cerca de 20 anos, quando os jovens deixavam a cidade para trabalhar em outros centros do país. Foi a partir desse desafio que um grupo de líderes decidiu inverter a ordem e apostar na inovação tecnológica.
Aqui no Vale, o ramo de alimentos é uma excelente área para desenvolver inteligências capazes de melhorar os processos produtivos e de transformação da nossa matriz econômica.
O que não pode mais é não falar disso. Precisamos aguçar nossas percepções e pensar coletivamente.
A Expovale bate à porta. Urge pensar em algo nessa área. Um grupo se reuniu nesta semana, e o assunto ganhou espaço, ainda que, timidamente. Mas, ao menos, está na mesa!


Maturidade até 2020

A diferença entre os dois principais líderes da Languiru não é bem-vista pelos associados. Na terça-feira, tive o privilégio de acompanhar um evento interno da cooperativa. A opinião é quase unânime: não faz sentido e ninguém quer a briga entre o presidente e vice.
Tanto Dirceu Bayer quanto Renato Kreimeier precisam encontrar o equilíbrio necessário para administrar os conflitos até 2020, quando, então, haverá eleições e poderão disputar, se for o caso. Até lá, precisam usar de diplomacia e bom senso em prol dos interesses da maior cooperativa regional. Ao que tudo indica, esse é o caminho mais saudável. E o espaço são as assembleias internas.

Acompanhe
nossas
redes sociais