Oferta de propina divide vereadores

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Oferta de propina divide vereadores

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O MAU EXEMPLO DE BRASÍLIA PARECE  NÃO INTIMIDAR OS POLÍTICOS ÁVIDOS POR DINHEIRO ILÍCITO.
Em plena Lava-Jato em curso, a oferta de propina segue sobre a mesa, nos bares, nos corredores e salas públicas. Igualmente é tratada nas esquinas e em qualquer lugar onde os malfeitos prosperam, tudo para emplacar ideias e projetos vantajosos para alguém, às custas do dinheiro alheio.
Em Lajeado, a construção da futura sede do Legislativo não foge à regra. Ainda que de forma tímida e sorrateira, existe promessa para vereadores sedentos por “ganhar um por fora”, em troca de apoio a determinadas ideias.
Seduzidos com a promessa de dinheiro fácil, às custas do povo, alguns pensam em embarcar no “país das maravilhas”.
Menos mal que o número dos contrários a essa sacanagem intimida e inviabiliza o avanço dos espertos. Ainda bem, nem todos são permeáveis às propinas. E há quem se movimenta para evitar a sacanagem.
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De fato, este é um momento derradeiro para a câmara de Lajeado. São 15 vereadores, representantes legítimos escolhidos pelo povo. Logo, têm a responsabilidade de fazer algo com aprovação popular e de acordo aos princípios da coisa pública. E não o contrário.
Nos últimos dias, as escadas do jornal a Hora congestionaram pelas visitas de vereadores preocupados com o assunto da construção. Pedem para dar luz aos fatos e manifestam opiniões contrárias. Todos dizem não concordar com negociatas ou esquema ilícito. Temem pela câmara e a própria imagem quando o assunto é a escolha do local e o valor do investimento.
A deplorável oferta do “bixoleco” rola e já testou alguns. Ninguém recebeu, mas a promessa é generosa a quem ceder aos “encantos”. E sempre tem alguém comandando o “espetáculo” para se dar melhor.
É necessário um basta. Não posso acreditar que uma meia dúzia de mal-intencionados seja mais forte do que a maioria.
Aqui, na “aldeia”, bem debaixo do nosso nariz, temos a possibilidade de influenciar e impedir. Eis a tarefa e o objetivo desta coluna e de qualquer cidadão.
Por hora, me limito a fazer este comentário. Mas retomo ao assunto se as negociatas voltarem a prosperar como estavam aceleradas há poucos dias.
No caso da nova sede da câmara, já sugeri ao presidente Waldir Blau para convidar o Fórum das Entidades e compartilhar a decisão. São 13 instituições representantes da população que, junto com os vereadores, podem criar um clima favorável e resolver esse imbróglio da falta de uma sede melhor à “casa do povo”. Um exemplo é o Plano Diretor debatido com as entidades.
Faço votos que as boas e saudaveis iniciativas propsperem.

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.” – Martin Luther King


Para lavar a roupa suja

A divergência entre a direção da Languiru e o Conselho Fiscal pode ter um fim ou se ampliar no dia 8 de novembro, quando serão chamados os associados para uma assembleia fechada, sem acesso à imprensa. Em nota publicada nesta edição, o presidente Dirceu Bayer faz um chamamento público e reitera não haver razão para colocar em dúvida a gestão da cooperativa. A nota se refere à auditoria independente que o Conselho Fiscal tenta aprovar por meio de decisão judicial.


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(SEM LEGENDA)

Novo pensamento político

Dois pré-candidatos ao governo do Estado visitaram o jornal A Hora até agora. Nessa sexta-feira foi a vez do ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PDT). Mostra preparo e conhecimento singular sobre as mazelas do estado. Na entrevista completa, na página 10, o leitor pode tirar conclusões acerca de suas propostas.
Jairo foi militante do PT durante 32 anos, mas deixou a sigla por discordar da ideologia, afirmou. Diz não ter mágoas, mas entende que o Estado precisa de uma nova visão política e administrativa, capaz de apaziguar as brigas entre governo e funcionalismo. “O diálogo é a forma viável. Com força não conseguiremos avançar”, defende.
Linha semelhante adota o pré-candidato e ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, em visita ao jornal na semana passada. O novo pensamento político dos dois postulantes ao governo gaúcho tem em comum, além do diálogo, a junção do conhecimento técnico com a política. Jorge fala em inteligência emocional capaz de superar os ranços para viabilizar as reformas ainda latentes.
Em ambos os candidatos fica cristalina a percepção de que o estado não pode seguir na retórica do corporativismo extremo, nem desconstruir conquistas importantes no aspecto funcional, especialmente na educação e segurança pública.
Faz bastante sentido, pois hoje o RS é o 15º em educação e com uma criminalidade em ascensão.
Os dois pré-candidatos têm uma história política respeitada, especialmente em suas cidades, onde governaram com diplomacia e alcançaram índices sociais e econômicos interessantes.
São dois nomes em potencial na disputa ao Piratini em 2018.

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