O avanço do crime e a involução social

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

O avanço do crime e a involução social

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“Aí, dois fazendo a cova. Vão morrer e já era. Vou dar um tiro no coração e o resto na cara”.
Os vídeos que circulam pelas redes sociais são duplamente trágicos. Sabemos que a crueldade e a violência avançam sobre a sociedade. Matar e morrer ficou banal. No mundo do crime, é a regra do jogo.
Mesmo cientes do descalabro social que nos acomete, ficamos chocados quando imagens de tamanha barbárie chegam até nós. Dois primos – identificados ontem como Wagner e Victor da Rosa, com 17 e 22 anos, não tinham antecedentes criminais – cavam a própria cova, em seguida, são fuzilados por uma dúzia de tiros e incendiados como se fossem papelão. Tudo gravado e filmado, sem medo, por dois ou três homens, que se dizem da facção PCC. Exibem as armas e mostram a cara. Estão nem aí para a polícia.
Recebi os vídeos ontem de manhã bem cedo, via WhatsApp. Primeiro desconfiei da veracidade porque as mentiras e notícias falsas são muitas nas redes sociais. Olhei duas vezes e fui consultar se era verdade nos veículos de comunicação tradicionais.
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Em vez de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, as cenas brutais foram gravadas em Gravataí, a pouco mais de cem quilômetros de Lajeado. Lembrei-me, imediatamente, das repetidas mortes registradas aqui no início deste ano, também por disputa pelas “bocas” de tráfico de drogas. Infelizmente, esse é o retrato de um sistema de combate ao tráfico que faliu e perdeu para o crime “organizado”.
Enquanto facções criminosas mandam e desmandam dentro e fora dos presídios e espalham terror pela sociedade, a polícia assiste atônita. O RS está com o maior déficit de efetivo da história na BM e PC. O resultado está nos galopantes índices de violência e no medo cada vez maior dos cidadãos.

Século 21 e a nossa involução

As cenas degradantes dos vídeos evocam o que há de pior na raça humana. Traduzem uma involução histórica e nos remetem para períodos bárbaros, em que a violência e a crueldade deixaram marcas inapagáveis.
É incompreensível para uma pessoa normal o comportamento e as motivações de assassinos tão frios. Em vez de evoluir, involuímos enquanto humanidade.


EGR recua do descalabro

A reunião de líderes regionais com a presidência da EGR, nessa segunda-feira, entre outras coisas, serviu para uma notícia boa. Segundo os participantes do encontro, a EGR recuou da ideia de aumentar, em 80%, a tarifa dos pedágios nas rodovias estaduais. Elevar o preço dos atuais R$ 5,20 para R$ 9,70 provocou reações estado afora. Era, e continua inaceitável.


Polêmica e exageros

O corte de um par de árvores na avenida Acvat, na semana passada, em nome de uma reformulação paisagística do local, foi um tiro no pé do governo. Não precisava e nem deveria ter derrubado.
Em Lajeado, falta um planejamento adequado sobre a arborização urbana. Esse é o primeiro e talvez o principal problema. Espera-se que o novo Plano Diretor contemple também essa lacuna. Pior do que a falta de um plano ordenado é a resposta intimidadora do governo lajeadense contra aqueles que criticam, especialmente pelas redes sociais, o corte das árvores.


Fumaça na bexiga

Fumar aumenta em três vezes o risco de câncer na bexiga. O alerta surgiu ontem, no Dia Nacional de Combate ao Tabagismo. Pelos dados do Instituto do Câncer de São Paulo, o fumo não impulsiona apenas o câncer de pulmão, boca ou garganta. A bexiga entra para a lista de órgãos diretamente afetados pelos efeitos do tabaco.
Segundo a pesquisa, o tabagismo está ligado a 65% dos casos de câncer de bexiga nos homens e em 25% nas mulheres. No Brasil, 3,9 mil pessoas morreram em função da doença em 2015, o que representa dez mortes por dia.


03_AHORA32Ruas cobertas no centro

Entre as cerca de 30 reuniões com a comunidade lajeadense, para discutir a elaboração do novo Plano Diretor, uma sugestão apresentada para o centro chama a atenção. Integrante da associação central, Vergílio Goerck formalizou pedido para construir uma cobertura sobre parte das ruas Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros, laterais à Praça da Matriz. A sugestão de Goerck é transferir para esses locais cobertos eventos gastronômicos e também a instalação de um camelódromo e feira de artesanato. Goerck defende que Lajeado precisa pensar “fora da caixa” e projetar inovações que atendam a diversidade e a evolução permanente.


03_AHORA2Palmas à região alta

A organização e a mobilização de líderes comunitários e políticos da região alta do Vale do Taquari, em busca da pavimentação da rota do Pão e Vinho, merecem elogios.
Na semana passada, prefeitos, vereadores e representantes classistas estiveram em Bento Gonçalves e em Brasília, cobrando recursos para o asfaltamento da rodovia que liga a Serra Gaúcha ao Vale do Taquari, desde Santa Tereza até Anta Gorda.
São 65 quilômetros de estrada que, se pavimentados, conectam o Vale do Taquari a um dos principais polos turísticos do RS, a Serra Gaúcha. Cabe invulgar que a mobilização, liderada pela Amturvales, não é só de Encantado e municípios vizinhos. Tem apoio maciço dos poderes de Bento Gonçalves e cidades do entorno.


Boa, prefeito

Faz bem o prefeito de Teutônia, Jonatan Bronstrup, em abandonar a retórica e partir para a prática em relação aos principais gargalos da Via Láctea. Faz anos, Teutônia cobra do Estado melhorias nos vários trevos e rótulas de acesso que se espalham da rodovia que liga a BR-386 à Rota do Sol. Os acidentes, muitos fatais, são recorrentes. Quase diários.
Dessa vez, segundo Bronstrup, se o governo estadual não aportar recursos para melhorar os locais, o Executivo assumirá o ônus e pagará com recursos próprios. Uma audiência com o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen, está marcada para o início de setembro. “As obras iniciarão de qualquer maneira. Não podemos esperar por mais uma vítima para agirmos,” Concordo, prefeito.

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