Mapa da Cidade: a essência do jornalismo

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Mapa da Cidade: a essência do jornalismo

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Eu iniciei ontem uma velha nova jornada dentro do A Hora. Com todo suporte da direção, iniciamos o projeto Mapa da Cidade, uma imersão jornalística e social em todos os 27 bairros de Lajeado. Problemas, exemplos, personalidades, desafios e demandas das comunidades terão espaço ainda maior nas páginas do jornal. É, antes de tudo, rebuscar a essência do nosso trabalho. É, para mim, relembrar os primórdios da minha profissão.
Meu início no A Hora foi em meados de 2006. O pequeno e acanhado jornal recém havia desembarcado em Lajeado. Vinha tímido lá da pequena Santa Clara do Sul, onde já conquistara certo respeito do leitor. Meu primeiro desafio foi assinar uma página direcionada ao público jovem. Eu era, na época, jovem. Tinha pouco mais de 24 anos. É jovem, certo?
Enfim. Jovem ou não, permaneci pouco tempo assinando a página. Incorporado ao estilo provocador do A Hora, fui logo incubido da missão de levar o jornal ao conhecimento dos lajeadenses. E, consequentemente, trazer os lajeadenses para as páginas do jornal. Para isso, e diante de uma cidade já acostumada com um único jornal diário, me restava, na época, buscar apoio nos mais distantes bairros.
E foi atuando junto as tantas comunidades distantes da área central que o A Hora começou a crescer. As pautas eram das mais diversas. Desde problemas pontuais de infraestrutura, segurança, saúde pública e educação até as mais diversas curiosidades imagináveis. Vegetais gigantes, amizades com animais, festas populares, sonhos despedaçados pela carência financeira de muitas famílias. Histórias e mais histórias encontradas, somente, nos bairros.
Os bairros e seus moradores tinham vez e voz a cada edição do jornal. Não à toa, o A Hora cresceu. Chegou forte até a área central de Lajeado e se espalhou pelo Vale do Taquari. Inevitavelmente, o acompanhamento quase diário das demandas dos bairros lajeadenses perdeu força. Perdemos fôlego para atender tantas situações carentes de um melhor respaldo por parte da mídia e do governo.
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Não havia como ser diferente. Era preciso focar energia em novos e variados públicos. Sabíamos, de antemão, que esses novos desafios no crescimento do A Hora trariam certas perdas. Principalmente de contato, de proximidade com determinadas comunidades. Não foi fácil aceitar isso. Mas foi necessário para a expansão qualificada de um trabalho jornalístico sério.
Agora, consolidado e respeitado nas mais variadas cidades e centros municipais, chegou a hora de reverter novamente esse quadro junto aos bairros. Agora, chegou o momento de as comunidades lajeadenses retomarem o protagonismo dentro das páginas do A Hora.
E nada melhor do que um caderno mensal especialmente ligado aos bairros para reiniciar esta velha nova caminhada. A primeira edição será publicada no dia 16 de setembro. Engloba matérias, debates e assuntos relevantes aos bairros Conventos e Bom Pastor. E coube a mim, o mais antigo repórter lajeadense atuando hoje nesta redação, ser novamente o protagonista destes encontros. Uma honra. Uma verdadeira honra!
O jornalismo hiperlocal é a essência do jornalismo. Nosso objetivo é ser o principal agente de comunicação entre quem governa e quem é governado. Entre quem recebe e quem paga. Entre o poder público e o contribuinte. E isso não se trata de um desafio. É nossa obrigação fazer bem e, se possível for, espalhar a “novidade” para outros municípios.


Chegamos ao fundo do poço

Para muitos, muitos mesmo que inconscientemente – ou deliberadamente – abraçam retóricas desumanas, rasas e desconexas para com os fatos debatidos, a professora do município de Indaial, assumidamente de esquerda, mereceu apanhar do aluno reprendido por ela dentro da escola catarinense. É o fundo do poço. Não consigo acreditar que, mesmo em um momento delicado da nossa educação, não possamos nos unir para debatermos, juntos, uma solução breve para o caos.


13º salário de vereadores em Estrela

Preparem os bolsos, caros contribuintes de Estrela. Tudo leva a crer que a maioria dos 13 parlamentares da atual legislatura está armando, às surdinas, uma autorização para que recebam, ao fim de 2017, um 13o terceiro salário. Uma verdadeira piada de mau gosto, paga com o dinheiro público, tão sofrido, tão suado e tão surrupiado do bolso de cada cidadão. O pagamento, vale ressaltar, é legal. Mas absolutamente danoso para a moral de todos!


Manobras para receber salários ecoam no Vale

Eu sabia de dois casos em Estrela. Dois vereadores, com pendengas judiciais financeiras, recebem os respectivos salários em cheque, enquanto os demais parlamentares e servidores municipais são pagos por meio de ordem bancária. Uma manobra imoral, aparentemente ajustada nos últimos dias, de quem deve dinheiro para os cofre públicos e segue recebendo dinheiro do contribuinte.
Pesquisando aqui, pesquisando ali, descubro que a mesma problemática atinge outras grandes câmaras legislativas do Vale do Taquari, onde agentes públicos de certo renome, mas com dívidas perante a justiça, seguem recebendo salários e até diárias enquanto disfarçam os próprios bens pessoais para escapar da cobrança. Uma manobra fácil de identificar.


Tiro curto

– Preocupada com a violência e o uso de drogas no ambiente escolar, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) realiza, no dia 15 de setembro, o 3º Encontro Cipave “A Cultura da Paz Pede Passagem”. Será no auditório do prédio 7 da Univates;
– Elmar Schneider (PTB), secretário de Saúde de Estrela, e Cristiano Nogueira da Rosa (PMDB), secretário de Obras, são pré-candidatos a prefeito. Nos bastidores, claro;
– Na tarde do dia 10 de agosto, um Palio do Departamento de Trânsito de Lajeado “subiu” a av. Benjamin Constant na contramão. Estava perseguindo um motociclista que não parou em uma abordagem dos fiscais da prefeitura. Dois erros: eles não podem perseguir. E tampouco andar na mão contrária, colocando em risco dezenas de lajeadenses;
– No ano passado, setores que hoje atuam no governo de Lajeado se posicionaram contra o financiamento de recursos para obras de pavimentação via BRDE. Vamos ver como será a posição dos mesmos a partir da atual necessidade latente de financiar para pavimentar ruas;
– A “revitalização” da av. Acvat, em Lajeado, começou com o corte de árvores. Vamos ver como restará no futuro. A primeira impressão, inevitavelmente, foi ruim;
– Em Cruzeiro do Sul, uma placa anunciando evento privado sobre venda de peixes está instalada em um terreno do município. Eleitores, de olho, questionam a suavidade do governo municipal para evitar a ilegalidade;
– A Fruki escolheu a Expoagas 2017 para lançar a linha de sucos 100% naturais Com/Tem®. O produto será vendido em embalagem de vidro e roupagem colorida, nos sabores uva e laranja. Mas a grande novidade será o suco verde. Boa sorte para a empresa lajeadense e uma boa quinta-feira a todos!

O que há de melhor no homem somente desabrocha quando se envolve em uma comunidade.
Albert Einstein

 

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