Na quinta-feira, fui a Santa Clara do Sul e tive uma grata surpresa. Presenciei o governo municipal apresentar um audacioso projeto de inovação e qualificação dos setores do comércio e serviços daquela cidade.
Denominado de Santa Clara Tem Valor, o programa prevê investir R$ 800 mil nos próximos dez anos. Não é o valor do recurso que chama atenção. A sacada está no processo de capacitação das pessoas, em parceria com a Faculdade La Salle.
Sugere uma quebra de paradigma: mexer na cultura da aldeia. Por isso do desafio enorme e da necessidade de adotar um método eficaz, capaz de obter aderência, embora os santa-clarenses tenham certa inclinação àquilo que se pretende singular.
No discurso do prefeito, ficou cristalina a determinação de que a cidade de sete mil habitantes não quer ser uma extensão de Lajeado. Paulo Kohlrausch traçou uma visão de município no centro, com várias cidades e bairros em sua volta. Citou a culinária e os serviços como exemplo consolidado na atração de clientes. “Se vendemos sapatos a várias partes do mundo, por que não podemos fazer isso com outros produtos”, observou.
Mais de 100 empresários compareceram ao lançamento do programa
Citou a internet como oportunidade sem fronteiras, mas reconhece na melhoria do atendimento e na qualidade dos produtos o ponto- chave para as coisas darem certo.
A meta do prefeito já ganhou a equipe. A objetividade e clareza da secretária de Gestão, Ana Mallmann, afinou com o presidente da câmara, Márcio Haas. O presidente da entidade local do comércio, João Bento Schnoor, contribuiu. Os profissionais da La Salle reforçaram a estratégia de desenvolvimento e execução do programa.
Desafios comerciais, gestão financeira, processos, comunicação e valor agregado serão abordados com os participantes. Definitivamente, trata-se de um programa de profissionalização completo.
Mas insisto, o desafio está na compreensão de quem é o alvo. Quebrar paradigmas e encarar os desafios que as mudanças tecnológicas e o mercado nos impõem são atitudes vitais para prosperar ou se manter nos negócios. Ainda que estejamos no século 21, o conservadorismo por vezes atrapalha avanços mais arrojados.
Me parece que os santa-clarenses estão diante de uma oportunidade ímpar. Identificar a chance de adotar um novo ciclo virtuoso poderá colocar Santa Clara do Sul no topo ambicioso idealizado por quem se propõe a deixar a zona de conforto.
Realmente, faço votos de que os conterrâneos santa-clarenses utilizem dessa oportunidade para fazerem jus ao texto do belo hino municipal, entoado na abertura do evento.
Para onde vai Lajeado?
Esta resposta cabe ao novo Plano Diretor. Enquanto isso, o desafio é interpretar o movimento imobiliário da cidade e seu entorno. A Hora prepara o caderno Vale Imóveis – Especial Construmóbil com enfoque para imóveis de alto padrão, novos centros comerciais e nichos de expansão urbana, condomínios de luxo e uma provocação sobre o Plano Diretor em discussão. A publicação ousada circula no dia 23 de setembro, às vésperas da Construmóbil, e trará o que há de mais arrojado em termos de construção civil nas construtoras e loteadoras de Lajeado e região. Aguardem!
Comitiva regional posicionou governador sobre impasses no setor leiteiro
Força da união
A foto acima com o governador José Ivo Sartori tem dupla importância. Primeiro, por reunir as forças políticas e cooperativistas em prol de uma tema vital para a nossa economia: a produção de leite. Codevat, Amvat e as duas cooperativas do Vale, finalmente, tiveram acesso ao governador para expor a grave situação do setor. O deputado federal Alceu Moreira foi chave. Aliás, sua voz em defesa da cadeia leiteira ecoa no Congresso Nacional para regular as importações uruguaias, hoje o principal motivo pela crise do leite. Moreira fechou questão em prol dos cooperativados e torna-se estratégico em Brasília para resolver o estrago causado por lobistas corruptos às custas de quem produz.
Durante a Expointer, o tema ganhará notoriedade da Assembleia Legislativa, enquanto o secretário Ernani Polo, presente em debate recente aqui na região, se movimenta com serenidade.
Tudo começou no Vale do Taquari, quando alguns líderes se uniram no Codevat e começaram a traçar estratégias. O resultado é o eco nacional e a certeza de que nenhuma mudança é possível se não tentada.
Voltando à foto, a segunda importância diz respeito à Cosuel e Languiru. As rusgas recentes começam a dar espaço para a união de forças. Seus líderes ajustaram diferenças e iniciam um novo ciclo virtuoso de estratégias que tende a render parcerias e negócios em prol dos arranjos produtivos regionais. Isso é algo fundamental.
Quem acompanha os bastidores respira aliviado e faz votos de que essa maturidade se fortaleça.
O Vale sai na frente, duplamente!
Bom fim de semana a todos!
