Vereadora tem 339 horas extras em 3 meses

Arroio do Meio

Vereadora tem 339 horas extras em 3 meses

Adiles Meyer (PMDB) é concursada como telefonista e atua na Secretaria da Saúde

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Vereadora tem 339 horas extras em 3 meses
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Servidora do município e vereadora, Adiles Meyer (PMDB) foi acusada pelo vereador Darci Hergessel (PDT) de abusar das horas extras prestadas para a Secretaria da Saúde, onde atua.

Em pronunciamento na sessão de quarta-feira, 21, Hergessel afirmou que a vereadora recebeu 339 horas extras em um período de três meses. Segundo ele, a servidora já foi advertida pelo secretário de Saúde, Gustavo Zanotelli, devido à prática.

“Ela entra as 6 horas da manhã e só sai às 20h, além de já ter batido cartão em sábados, quando nem devia estar trabalhando”, aponta. Hergessel diz que se sentiu no dever de abordar o tema, mesmo sem ter problema pessoal com Adiles.

“O papel do vereador é fiscalizar”, alega. Conforme o vereador, a colega ainda incorre em desvio de função, uma vez que é concursada como telefonista, com carga de trabalho de seis horas diária. Segundo Hergessel, outros funcionários da mesma secretaria são impedidos de realizar horas extras.

“A lei permite no máximo duas horas adicionais por dia, 60 horas no mês, e isso com a assinatura do prefeito e do Ministério do Trabalho”, afirma. Alega que a prática ocorre faz anos, e que havia alertado a vereadora sobre o problema, mas foi ignorado.

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Vereadora atua como telefonista na Secretaria de Saúde

Disse ainda que não pretende abrir uma CPI para apurar o caso no momento, mas que exige explicações da servidora. “Depois, vamos avaliar.” Durante a reunião da câmara, Adiles se recusou a responder aos questionamentos do vereador. À reportagem do A Hora, afirmou que responderá os questionamentos por e-mail, durante o fim de semana.

Situação temporária

De acordo com o secretário da Saúde, Gustavo Zanotelli, a quantidade elevada de horas extras da servidora é temporária e motivada pela carga horária pela qual Adiles foi contratada.

Segundo ele, como a vereadora passou em um concurso público para seis horas diárias, enquanto o posto fica aberto por dez horas por dia. “Atendemos das 7h às 17h, sem fechar ao meio-dia e tenho uma equipe reduzida. Por isso, ela acaba ajudando.”

Conforme Zanotelli, além da função de telefonista, Adiles tem a função de balconista determinada por concurso público. Segundo ele, a administração fará alterações no layout do posto de saúde onde a servidora atua para mudar o sistema de atendimento.

“Assim, ela vai cumprir as seis horas, sem nenhuma extra”, assegura. Conforme o secretário, o projeto ainda não avançou por falta de recursos. Zanotelli diz ainda que a secretaria realiza um esforço para conter o número de horas extras utilizadas, por isso, elas foram cortadas nas demais funções.

“Estamos economizando todos os setores. Se tivesse outro concursado com seis horas diárias, a Adiles não faria nenhuma extra”, alega. Zanotelli diz ainda que a legislação realmente prevê o máximo de duas horas adicionais por dia, mas afirma não ver problema quando há comum acordo entre trabalhador e empregado.

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