A oferta de lances para arrematar os shoppings do M.Grupo em Gravataí e Lajeado iniciou. As propostas podem ser enviadas por meio do site Milan Leilões, ou de forma presencial na sede da empresa leiloeira, em São Paulo. O primeiro leilão ocorre no dia 22 de junho, às 15h30min.
O lance mínimo para compra dos dois empreendimentos é R$ 231,3 milhões. Deste montante, R$ 42,4 milhões se referem a 30% do Shopping Lajeado. O M.Grupo comprou, junto a Transporte e Conexão Sul ,70% do complexo em 2012, e os 30% restantes foram adquiridos da família Zagonel, em abril de 2013.
Se não houver compradores na primeira data, haverá novo leilão, já pré-marcado para o dia 29 de junho. Desta vez, o lance mínimo será de R$ 207,5 milhões. Os valores são referentes aos cálculos das dívidas do M.Grupo, cobradas por uma série de investidores.
Caso os dois empreendimentos não sejam vendidos nos dois leilões, o Shooping Gravataí e 30% do Shopping Lajeado passam automaticamente para o nome da empresa Ápice, que reúne todos os investidores que hoje cobram os valores na justiça.
O pedido de penhora na justiça ocorreu em fevereiro deste ano, após o grupo negar, por diversas vezes, a possibilidade de leiloar o prédio de Lajeado. Naquele mês, a credora do M.Grupo, a empresa Capital Securitizadora, solicitou na Justiça a venda de parte do empreendimento por meio de leilão, com a administração se mantendo a cargo da GlobalMalls, também pertencente ao grupo paulista.
Desde 2015 o grupo vem apresentando diversos problemas financeiros. Em abril, por exemplo, por falta de pagamento à RGE Energia, o empreendimento teve a energia elétrica cortada durante quase três dias. A Globalmalls, empresa administradora do Shopping Lajeado que também pertence ao M.Grupo, culpou a inadimplência dos lojistas. Estes, entretanto, culparam a direção do grupo.
Antes disto, em fevereiro, a Justiça tirou do M.Grupo o comando do Shopping Lajeado. A gestão e a administração do empreendimento foram passadas para a Resolve Condomínios, de Lajeado. No entanto, horas depois da decisão, a desembargadora Ana Rebout suspendeu a liminar, argumentando que o caso não era de urgência. Os lojistas recorreram e ainda esperam um desfecho para o caso.
[bloco 1]
“Que o comprador venha com intuito de melhorar”
O advogado da Associação dos Lojistas do Shopping Lajeado, Cesar Bublitz, ressalta que os comerciantes não são proprietários dos espaços utilizados no shopping. Hoje, todos pagam aluguel para o M.Grupo. “Eles esperam e aguardam por mudanças positivas. Que o comprador venha com o intuito de melhorar as condições atuais”, comenta.
Segundo ele, os lojistas reclama da falta de diálogo com a direção da GlobalMalls, de ausência de prestação de contas das verbas do condomínio, e da falta de investimentos por parte do grupo que comprou o shopping em 2012. “Há também a recorrência de débitos com a empresa de energia. E este processo de insolvência, como um todo, preocupa quem investiu pesado naquele ponto.”
Bublitz reitera que o aluguel do metro quadrado do Shopping Lajeado está entre os mais caros do estado, e que diversas promessas de melhorias e investimentos foram feitas pela direção do M.Grupo. “Foi criada uma expectativa enorme entre os lojistas. Falaram que haveria um hotel junto ao complexo de lojas, bem como empreendimentos de renome, como McDonald’s”, relembra.
Mesmo em meio as incertezas, Bublitz garante que os comerciantes e lojistas estão motivados para seguir com as vendas. Atualmente, a associação trabalha em uma campanha para o Dia dos Namorados. “Os empresários estão mantendo seus investimentos. O movimento não é o ideal, mas segue. E a Associação já iniciou novas campanhas para atrair clientes”, reforça o advogado.
