Fumicultores querem reajuste de 8,35%

Vales do Taquari e Rio Pardo

Fumicultores querem reajuste de 8,35%

Indústrias debatem preço até o dia 17. Indefinição deixa produto estocado

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Fumicultores querem reajuste de 8,35%
Estado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O valor a ser pago pela arroba na safra 2016/17 será definido pela maioria das fumageiras a partir da próxima semana. Até o momento, apenas a Souza Cruz estabeleceu reajuste de 8,35% sobre a tabela do ano passado.

O valor de tabela pelo quilo do fumo do tipo TO2 é R$ 9,35 e o BO1 vale R$ 11,64. O índice representa 1,05 ponto percentual acima da variação do custo de produção, de 7,3%. O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, adianta que não haverá negociação abaixo desse percentual.

As tratativas para definir o percentual iniciaram em novembro. A expectativa era de as demais indústrias (Alliance One, Philip Morris, JTI, China Brasil Tabacos e Universal Leaf) apresentarem as propostas ainda em dezembro, no entanto, até o momento não houve definição do percentual.

Uma nova rodada de negociações está prevista para ocorrer até o dia 17. “Não há condições de fechar acordo com as demais fábricas em valores inferiores”, adianta.

A compra deve iniciar neste mês e se intensificar a partir de março, quando a colheita estiver encerrada. Na Região Sul, a média do tabaco já recolhido das lavouras gira em torno de 55%.

A Afubra estima uma produção de 674.145 toneladas, previsão estabelecida pelas empresas com cerca de 583 mil toneladas da variedade virgínia, 81 mil de burley e nove mil do comum de galpão.

Na safra passada, a produção atingiu 557 mil toneladas no RS, Santa Catarina e Paraná. Houve queda na produtividade por causa do excesso de chuvas e perdas com o granizo, consequências do fenômeno El Niño.

Folha verde

Diante do cenário, as sete entidades representativas dos fumicultores orientam os produtores a colher o tabaco maduro. “A tendência do mercado é de preferência por tabaco do tipo O e de dificuldades na comercialização dos tipos L. Portanto, o produtor deve seguir a orientação e colher seu tabaco maduro para atender ao mercado e garantir lucratividade.”

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Produto estocado

A família Martini, de Boqueirão do Leão, prefere concluir a colheita e depois iniciar as negociações. Neste ciclo, foram cultivados 45 mil pés, cuja produção deve alcançar 540 arrobas.

Diferente da safra passada, quando as intempéries (excesso de chuva e granizo) causaram estragos, o fumo colhido apresenta boa qualidade e peso. “A coloração das folhas está alaranjada, o tom ideal exigido pela indústria”, explica Rafael.

Quanto ao preço, destaca que o reajuste proposto pelos sindicatos é satisfatório. “Esperamos que na esteira o fumo seja valorizado pela qualidade e não pela quantidade, já que este ano a expectativa é de termos uma oferta maior.”

Como em anos anteriores, todo tabaco é estocado e vendido em uma única carga, após o mês de maio. No ano passado, a média obtida por arroba chegou a R$ 160.

Para saber

Área – 298.530 hectares

Produtores – 150.240 Produção
674.145 – toneladas

*Estimativa da Afubra Safra 2016/17

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