Vereador pede apoio da PF nas eleições

Lajeado

Vereador pede apoio da PF nas eleições

Portz afirma que ex-secretário ofereceu R$ 10 mil para filiado desistir do pleito

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Vereador pede apoio da PF nas eleições
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A primeira sessão do Legislativo ficou marcada por uma denúncia do vereador Delmar Portz (PSDB). Segundo ele, um ex-secretário do governo municipal, acompanhado de outras duas pessoas, teria oferecido R$ 10 mil para um correligionário tucano desistir de concorrer no pleito de outubro.

Um ofício em nome do parlamentar foi encaminhado ao Judiciário lajeadense, solicitando atuação da Polícia Federal (PF) durante as eleições. “Isso é corrupção eleitoral. Poderia citar nomes, mas não vou porque tenho o direito de não citar. Quem não se sente atingido, não vai se ofender.”

O vereador diz não se tratar de Adi Cerutti (PMDB), que era responsável pela Secretaria de Obras (Sosur). Cerutti, inclusive, reclama a falta de detalhes da denúncia. “Gostaria que você dissesse quem era o ex-secretário. O caso é grave. É assim que começa a corrupção”, alerta.

Portz não detalha. Diz apenas que, além de um ex-secretário, outras duas pessoas teriam ido até a residência do correligionário para oferecer propina em troca da desistência. “Já há indícios de desvio de conduta por líderes de siglas neste processo eleitoral. Por isso encaminho ofício ao juiz, solicitando apoio da PF nas eleições.”

Para o tucano, o fato tem como objetivo enfraquecer o PSDB. Além de Cerutti, há outros cinco ex-secretários de governo na atual legislatura. Eduardo Gomes, Marquinho Lang, Jolci Bolsi, Nelson Noll e Ricardo Giovanella também deixaram a administração durante esses três primeiros anos de gestão do prefeito Luís Fernando Schmidt.

Empréstimo com BRDE

A rejeição, pela câmara, da autorização de financiamento com o Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) para pavimentações foi debatida na sessão de ontem. Antônio Schefer (SDD) afirma que o valor de R$ 3 milhões não seria investido nas ruas descritas no projeto de lei. “Esse dinheiro servirá para pagar a Construtora Giovanella pelas obras do PAC.”

Ernani Teixeira (PDT) rebate. “Isso é uma leviandade. A administração municipal jamais poderia utilizar esse recurso para outras obras.” Para o pedetista, Schefer não estaria falando a verdade. “Tem que ver da boca de quem sai algumas ‘verdades’”, dispara.

O vereador Ildo Salvi (REDE) critica a postura do governo municipal, que encaminhou o projeto faltando poucos dias para vencer o prazo de inscrição junto ao BRDE. “O projeto de lei veio sem planilhas. Sem taxas de juros. Rejeitei após avaliar bem a proposta.”

Segundo ele, discrepâncias em outros financiamentos precisam ser avaliadas. “Nas obras de pavimentação do PAC o preço do metro quadrado de asfalto é de R$ 200. Pelo Badesul, ele é de R$ 120. Isso está muito estranho.” Para Salvi, essa também foi uma das razões para que ele optasse pela rejeição.

Atestados médicos

A ausência de Sérgio Kniphoff (PT) na sessão extraordinária de 22 de janeiro foi comentada por Schefer. Segundo o vereador do Solidariedade, o petista teria apresentado atestado médico de cinco dias de repouso para não comparecer ao plenário e, no mesmo período, estaria em uma praia em Santa Catarina. “O senhor foi visto em Garopaba naqueles dias”, acusa.

Kniphoff se defende, e afirma “ser impossível” que tenha sido visto em Garopaba nos dias 25 ou 26 de janeiro. “Essa sessão a qual eu faltei não era remunerada. Eu não recebi nada pela apresentação do atestado.” Em Lajeado, não há remuneração extra para sessões extraordinárias.

O petista lembra fato semelhante ocorrido em 2012 com o próprio Schefer. Na época, o vereador do Solidariedade apresentou atestado de um médico de Arvorezinha, para justificar ausência em uma sessão em que foi votada, entre outras, mudança na livre movimentação de recursos de gabinete da então prefeita, Carmen Regina Cardoso.

“Ele estava aqui até as 15h30min. E ele sumiu e voltou no outro dia. Esse atestado lhe rendeu R$ 1,3 mil pela sessão que ele faltou.” Kniphoff lembra outro caso em que Schefer teria apresentado atestado de saúde, mas que de fato teria dirigido até Arroio do Sal. “Você também recebeu por essa sessão. O senhor não tem moral para falar do meu atestado.”

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