O ex-secretário de Obras (Sosur), Adi Cerutti, é oficialmente o quarto a deixar o cargo comissionado desde janeiro de 2013. Osmar Rossler é cotado para assumir em seu lugar. Antes dele, Marquinho Lang (PRB), Jolci Bolsi (PDT), Eduardo Gomes e Nelson Noll (PMDB) também solicitaram exoneração ao prefeito Luís Fernando Schmidt.
Pelo menos outros dois secretários deixam o governo até o fim da próxima semana. Ricardo Giovanela (PMDB), da Agricultura (Seaab), e Fernanda Cervi (PMDB), da Administração (Sed), já anunciaram que abrirão mão dos cargos após o rompimento do partido com a coligação que venceu o pleito de 2012. Os anúncios oficiais ocorrem hoje de manhã e à tarde.
Cerutti deixa sua função contrariado. Ele sempre se posicionou contrário ao rompimento entre PMDB e PT, previsto desde setembro de 2014, quando iniciaram as primeiras rusgas entre os diretórios e os vereadores das respectivas siglas.
Na votação do diretório, que optou pelo rompimento no início de dezembro, ele votou contra. No ano passado, quando todos os vereadores do PMDB haviam optado por reduzir a livre movimentação de recursos no gabinete do prefeito, ele reassumiu sua cadeira no plenário só para derrubar tal projeto e manter os 10%.
Em 2015, Cerutti ganhou destaque durante as obras de pavimentações do PAC, orçadas em mais de R$ 20 milhões. Foi ele quem denunciou a falta de fiscalização dos serviços prestados por um consórcio de empresas. As informações dele levaram o Ministério Público Federal (MPF) a abrir inquérito para investigar os trabalhos.
Três exonerações em 2013
O primeiro ano do governo de Luís Fernando Schmidt sofreu três baixas no secretariado em pouco menos de oito meses. Marquinho Lang (PRB), então secretário de Meio Ambiente, saiu em meados de fevereiro, dando lugar para José Francisco Antunes (PDT), que permanece até hoje.
Cinco meses depois, foi a vez de Jolci Bolsi (PDT) deixar o cargo de secretário de Desenvolvimento e Inovação (Sedei) por motivos pessoais. Ivanete Fracaro (PDT) assumiu no lugar dele e ainda permanece. Por fim, em 8 de novembro, Eduardo Gomes pediu para ser exonerado da chefia da Secultur após polêmica envolvendo o Carnaval de 2013.
“Tenho intuito de buscar algo maior”
A Hora – Por que você se posicionou contra o rompimento?
Adi Cerutti – Tinha projeto até março de 2016 de tocar a Sosur. Muita coisa ficou para trás, muitas pavimentações e serviços que a população nos pedia. Projetos para iluminação pública. Tem o projeto de iluminar a BR-386 em andamento. E outros que infelizmente não conseguiremos, pois tivemos que acatar a decisão do partido.
Você chegou a pensar em deixar o PMDB?
Cerutti – Não. Desde o rompimento, eu só pensei em deixar a secretaria para não ser passível de uma expulsão pelo PMDB, que seria muito pior para mim.
E em 2016, você almeja algum cargo majoritário?
Cerutti – Quando se entra na vida política, é sempre almejando galgar novos cargos. Cargos superiores. Isso é do instinto de quem entra na política. Eu também tenho esse intuito de buscar um cargo maior. Buscamos sempre não ficar só na condição de vereador. Não está descartado buscar posição de vice, ou de prefeito. A política é assim.
Qual seu legado e como foi sua relação com o prefeito?
Cerutti – Eu trabalhei mais no varejo. Me dedicando às pequenas necessidades. Boca de lobo, uma troca de lâmpada. Problemas pontuais da população. Sempre cheguei antes das 6h15min e não saía antes das 18h. Sempre trabalhando 12 ou 13 horas por dia. Cheguei a receber 90 ligações em um só dia. Tudo buscando solução para esse tipo de problema. Me concentrei nisso. Obras grandes são necessárias. Mas tem exemplos de empreendimentos grandes que não renderam o que se esperava. Sobre o prefeito, a relação sempre foi muito boa e transparente. Posso dizer que, não fosse por ele segurar a barra, eu já teria saído por pressão de outros há muito tempo.
