Daer apela à construção de quebra-molas

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Daer apela à construção de quebra-molas

Alta velocidade e desrespeito de condutores com sinalização motivam departamento

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O Departamento Autôno­mo de Estradas de Ro­dagem (Daer) recorre à construção de quebra-molas para inibir motoristas des­respeitosos que trafegam em alta velocidade. Os redutores são cons­truídos nas rodovias estaduais com maior quantidade de escolas e moradias, sobretudo na ERS-130 e na ERS-413, ambas em Lajeado.

qConforme o diretor adminis­trativo do Daer, Jorge Textor, a construção de quebra-molas é um apelo para acabar com o exage­ro praticado por condutores. De acordo com ele, altos investimen­tos foram feitos nos últimos me­ses em sinalização, como placas e pintura de faixas de pedestres. “Não adiantou. Tivemos que par­tir para a ignorância.”

Enfatiza que em todos os locais,os redutores são constru­ídos a pedido da comunidade. Para o diretor, é necessário to­mar atitudes radicais antes que mais pessoas morram em aci­dentes. “Como motorista não gosto dos redutores, mas não vejo alternativa.”

Textor ressalta que na ERS-130, ligação de Lajeado com Cruzeiro do Sul, existe a aldeia indígena às margens da rodovia e diver­sas crianças circulam pelo local. A velocidade permitida no tre­cho é de 60 km/h, mas de acordo com ele, há condutores que tra­fegam acima do dobro do permi­tido. No local foram construídos dois quebra-molas. “Se alguém morresse atropelado diriam que fomos negligentes. Zelamos pelo bem de todos.”

Na ERS-413, que liga Lajeado com Santa Clara do Sul, outros dois redutores foram feitos na tarde de ontem. Os quebra-mo­las foram construídos no bairro São Bento, entrada do lotea­mento Pro Bairro.

A moradora Lurdes Eckert, 51, viu diversos acidentes. Segundo ela, a instalação de redutores é uma antiga reivindicação da co­munidade.

Para o morador Paulo Roberto Julião, 44, esta é a única alterna­tiva. Aponta que há cerca de meio ano, faixas de pedestres foram pintadas pelo Daer no local, a pe­dido dos moradores. “Não adian­tou. Parece que os condutores pas­saram a andar mais rápido.”

Julião lembra que duas mo­radoras morreram atropeladas no trecho em menos de quatro anos, uma em 2008 e outra no início de 2011. Trabalha em uma padaria em frente a uma das lombadas e diz que perdeu as contas de quantos acidentes viu nos últimos anos.

Aponta a grande quantidade de moradores que necessitam se deslocar pela rodovia e enaltece a importância da obra. Julião diz que os motoristas que residem no bairro têm dificuldade, inclusive, de acessar a estrada devido ao ex­cesso de velocidade praticado.

Conforme dados da Polícia Ro­doviária Estadual (PRE), nos últi­mos 12 meses foram registrados 26 acidentes na ERS-130. Dados mais antigos apontam que em 2011, dez acidentes aconteceram na ERS-413, mas moradores dis­cordaram sobre o número.

Morador contesta iniciativa

Para Rafael Kappler, que reside em Cruzeiro do Sul, o local em que foram instalados os reduto­res na ERS-130 está desabitado e próximo de um bairro com alto índice de criminalidade. “Como as lombadas forçarão os veícu­los a transitarem em baixa ve­locidade, há iminente risco de roubos no local.”

Reforçou que deveria ser provi­denciada pelas autoridades a re­tirada do acampamento indígena da margem da rodovia e não ins­talar lombadas no local, prejudi­cando, de acordo com ele, todos os motoristas que por lá trafegam.

Conforme Kappler, o Daer deve­ria se preocupar antes em conser­tar os desníveis na pista que cau­sam acidentes por aquaplanagem e buracos na pista.

Morte recente

Na tarde de terça-feira, o cruzeirense José Carlos Wend, 67, o “Carlito”, morreu após colidir com outro veículo nas imediações do Estádio Alviazul, na ERS-130. Ele se acidentou com Vivian Scherer, 34, que conduzia um Tuc­son quando, a cerca de cem metros depois de um quebra-molas, aquaplanou, invadiu a pista contrária e colidiu de frente com o Fox conduzido por Carlito. De acordo com a polícia, Carlito não usava o cinto de segurança.

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