Reforma de calçadas vira lei e gera multa

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Reforma de calçadas vira lei e gera multa

Notificados terão dois meses para consertar a via, caso contrário pagam a obra

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A prefeita Carmen Re­gina Pereira Cardoso recebe nos próximos dias um projeto da Secretaria de Planejamento que regulamenta as reformas nas calçadas. Aplicação de multas e a fiscalização mais intensa es­tão entre as principais normas.

cUm levantamento feito por fiscais da Secretaria do Planeja­mento aponta que 40% das cal­çadas do centro têm problemas. O esboço do projeto foi criado pelo secretário João Alberto Flu­ck, em dezembro de 2010, mas esbarrou no gabinete da prefei­ta devido a brechas. Uma delas, a cobrança da multa.

Desde o início do ano, o pro­jeto voltou à discussão nas se­cretarias porque Porto Alegre implantou um sistema seme­lhante. Se espera que com o projeto melhor as condições de circulação dos cidadãos.

Em dois meses, o fiscal Eduar­do Kroth fez o diagnóstico nas transversais de três ruas cen­trais: Júlio de Castilhos, Bento Gonçalves e Av. Benjamin Cons­tant. Em 45 calçadas haviam problemas, que serão as primei­ras a serem notificadas, assim como os prédios públicos.

A secretaria fará fiscaliza­ções por bairros. O primeiro foi o centro, onde passa a maior quantidade de pedestres, de­pois será o São Cristóvão. Para os demais será definido um cronograma. De acordo com a arquiteta Débora Beuren as calçadas dos bairros são as que apresentam mais problemas do que as do centro.

Os donos das áreas que tive­rem vias de passeio irregulares terão prazo de 60 dias para conserto. Caso descumpram, o Executivo executará a obra, e o valor será cobrado no IPTU so­mado à multa.

A normativa exigirá que concessionárias como Corsan e AESSul sejam responsáveis pelas reformas das calçadas que danificarem. O secretario afirma que hoje elas são as que mais causam problemas nas calçadas de bairros.

A pedestre Elmira Hinemeier, de Santa Clara do Sul, vem sempre a Lajeado e considera o estado das calçadas ruim. Diz que muitas vezes as pesso­as precisam caminhar na rua. Para ela, reformar é importante aos pedestres e melhora a apa­rência da frente da casa, da loja ou empresa.

Como funciona na Capital

Em Porto Alegre, a adminis­tração municipal cobra 30% a mais do valor total da obra como penalidade. Desde de­zembro de 2011, o Executivo identificou mais de dez mil calçadas com problemas só no centro e na Cidade Baixa. A Secretaria de Obras e Viação (Smov) garante que 70% delas foram consertadas em função do alto custo da multa.

Norma existe e é pouco fiscalizada

Um decreto de 2008 estabe­lece algumas normativas para calçadas no Código de Posturas. Entre elas o dimensionamento e altura de rampas de acesso a deficientes e de veículos.

Para se construir uma calça­da o primeiro ponto é apresen­tar um projeto na Secretaria de Planejamento. Se for uma casa de esquina precisa ter duas rampas para deficientes. Uma em cada rua.

São os proprietários dos ter­renos que são os responsáveis pela calçada. Reformas e aci­dentes que venham a ocorrer com pedestres em função das calçadas são de responsabilida­de do dono e não da adminis­tração municipal.

Terrenos baldios em ruas com calçamento precisam de calça­das. Essa normativa é pouco fiscalizada na cidade e, segun­do o secretário Fluck, os fiscais estarão atentos quando passa­rem pelos bairros para notificar os donos das áreas.

Saiba mais

O que é considerado irregular

– material solto;

– partes sem rejunte;

– buracos;

– pisos lisos;

– superfície irregular, com degraus; canaletas, rampas com inclinações excessivas,

– inclinação transversal aci­ma da superfície até 2%;

– menores de dois metros de largura;

– com obstáculos como postes e árvores.

Como será o processo

– Fiscal passará nos bairros para fazer diagnóstico;

– Proprietários de calçadas inadequadas serão notifi­cados;

– Eles terão prazo de 60 dias para reformar;

– No período podem solici­tar que o município faça e depois seja incluso no IPTU;

– Mas se negar as melho­rias, o município executa sem autorização;

– O inadimplente pagará a obra e ainda uma multa em torno de R$ 1 mil o metro quadrado.

Obs: O valor da multa ainda está em análise com a equipe técnica

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