Chuvas normalizam rios e permitem plantio

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Chuvas normalizam rios e permitem plantio

Retorno das precipitações regulariza navegação e geração de energia na região

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As chuvas registradas des­de o início do mês come­çam a recuperar os danos causados pela estiagem que perdurava desde agosto de 2011. Nas últimas três semanas, a média ficou entre 60 e 120 milíme­tros na região, normalizando a ge­ração de energia elétrica e a nave­gação, além de favorecer o plantio das culturas de inverno.

No Porto Fluvial de Estrela, a situa­ção do Rio Taquari se regularizou há uma semana. O nível da água está em 13 metros e 15 centímetros, possi­bilitando a retomada da navegação. Durante a estiagem, o porto chegou a registrar profundidade inferior a 13 metros no canal de navegação, e o transporte fluvial foi interrompido.

Conforme o responsável pela me­dição, Ronaldo Silveira, a profundi­dade dos canais chegou a 2,2 metros abaixo da eclusa de Bom Retiro do Sul. “Ficamos um tempo sem conse­guir transportar materiais, pois os cargueiros não conseguiam viajar. Agora está normalizado.”

A Certel, que opera com as cen­trais hidrelétricas em Salto Forqueta e em Boa Vista, informa que a vazão dos leitos se normaliza. Em abril, a geração de energia chegou a 20% da capacidade total.

Para abastecer a região durante o período, a cooperativa buscou apoio no Sistema Interligado Nacional, em que grandes usina hidrelétricas, como Itaipu, no Paraná e Tucuruí, no Pará, ajudam as barragens menores.Para que a situação permaneça es­tabilizada, a média mensal de pre­cipitações deve ficar entre 120 e 170 milímetros/mês.

O abastecimento de água da Cor­san para consumo está normalizado. Conforme Malta Maria Fluck, o nível do Rio Taquari está 15 centímetros acima do normal, que são 13 metros. Aponta que o monitoramento conti­nua sendo realizado, mas diminuí­ram-se as preocupações.

Malta observa que não houve problemas de abastecido devido à estiagem, mas sempre é feito um trabalho de conscientização com os usuários para que con­trolem o seu consumo diário. A Unidade de Saneamento de Laje­ado abastece em torno de 26 mil economias de Lajeado e 2,5 mil, em Cruzeiro do Sul.

Campo se recupera

Com o retorno da chuva, o tra­balho nas lavouras começa a nor­malizar. Segundo a Emater, as pre­cipitações recentes acabam com o atraso no plantio do trigo, cevada, canola e garantem melhor quali­dade das pastagens.

Conforme o engenheiro agrôno­mo Alencar Rugeri, a seca ainda não terminou, mas trouxe alívio para o trabalhador do campo. Segundo ele, com a volta da umidade é possível se­mear as pastagens de inverno e aos poucos os reservatórios começam a se recuperar.

Cita que a ocorrência de geada trouxe prejuízos aos produtores de leite, pois a maioria das lavouras de milho safrinha, que seria destinada para silagem foi danificada.

O produtor Gerson Schorr, de São Bento, em Lajeado, intensificou o plantio de trigo e a implantação de pastagens com a chuva registrada nos últimos dias. Comenta que o frio e a geada trouxeram prejuízos na produção de leite.

Relata que com a seca a pastagem não desenvolveu e reduziu a oferta de pasto. “Com a volta da umidade semeamos, mas a germinação será mais lenta em função do frio.” Cal­cula que as perdas na última safra tenham chegado a R$ 80 mil. A espe­rança é de obter bons resultados na safra de inverno.

Perdas ultrapassam R$ 17 bilhões

Após dez meses de estiagem, os prejuízos na economia do estado chegam a R$ 17,1 bilhões, conforme dados da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Conforme dados da Emater, em 64 municípios atendidos pela entidade, os prejuízos nas lavouras chegaram a 40%. Com isso deixarão de circu­lar na economia da região R$ 75 milhões. Com a quebra na safra de grãos, o custo de produção e os pre­ços aumentaram.

A saca de milho subiu de R$ 24 para R$ 32, e a de soja está em R$ 54, a melhor remuneração desde 2004. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) cobra do governo federal uma definição quanto à linha de crédito emergencial no valor de R$ 10 mil para os agricultores familiares atingidos pela seca. Não descarta, in­clusive, mobilizações públicas.

Previsão do tempo

O tempo deve abrir neste sá­bado. As temperaturas variam entre 7º e 23º. No domingo, terá predomínio do sol com nuvens. Na segunda e terça-feira, devem ocorrer pancadas de chuva e novo declínio da temperatura.

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