Autoridades temem que rodovias fiquem precárias

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Autoridades temem que rodovias fiquem precárias

Estado devolveu estradas federais à União, e cobrança de pedágio deve ser suspensa

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A devolução de seis das sete rodovias federais peda­giadas no estado para o Ministério dos Transportes (MT) deixa autoridades e empresá­rios da região apreensivos. O acordo entre os governos federal e estadual foi firmado entre o secretário estadu­al de Infraestrutura e Logística (Sein­fra), Beto Albuquerque, e o ministro Paulo Sérgio Passos.

pRodovias como a BR-386, onde es­tão as praças de pedágio de Marques de Souza e de Fazenda Vilanova, fica­rão sob responsabilidade do Departa­mento Nacional de Infraestruturas de Transportes (Dnit) a partir de 2013. A medida é válida depois que o contrato com as concessionárias de pedágio expirarem.

O problema apontado por líderes regionais é quanto à manutenção das rodovias federais. Para o diretor da empresa de transporte de passa­geiros Expresso Azul, Carlos Glufke, as boas condições das rodovias são uma incógnita.

Espera que o Dnit faça os inves­timentos ora implementados pela Sulvias. Acredita que, sem os pedá­gios, as estradas tendem a voltar à precariedade. Relembra da reunião com integrantes do governo, em 1995, na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). Conta que, na época, alguns presentes no encontro se manifestaram favoráveis ao modelo. Consideravam o método mais eficaz para melhorar o tráfego nas rodovias.

Opinião semelhante tem o pro­prietário de uma empresa de trans­portes, Valmor Scapini. “Não vejo (rodovias com boas condições) sem pedágio. É um modelo que já foi ab­sorvido pela comunidade (sic).”

Ressalta ser benéfico para a socie­dade, caso a cobrança de tarifas seja suspensa por um curto período. Afir­ma que seria uma maneira dos con­dutores recuperarem o que foi gasto nestes 15 anos de concessão.

Arrecadação mínima

Os municípios onde estão insta­ladas as praças de pedágio serão os mais afetados pela suspensão das cobranças. O valor é considerado ínfimo, conforme o prefeito de Mar­ques de Souza, Ruben Kremer.

Ele ressalta que o município re­cebe, em média, R$ 58 mil por mês da Sulvias. O valor corresponde ao Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) da concessioná­ria e das outras empresas contra­tadas. O montante representa 5% do orçamento.

Para ele, o problema maior será para os condutores. Caso o governo federal demore para definir o mo­delo de cobrança, serviços como prestação de socorro em acidentes e assistência técnica a veículos es­tragados, serão cancelados.

Estado assume Pedágios

O Vale do Taquari tem outras duas praças de pedágio: na RSC-453 (Cru­zeiro do Sul); e na ERS-130 (Encanta­do). Nestes locais, a responsabilidade será do governo do estado.

A Empresa Gaúcha de Rodoviárias (EGR) assume o comando dessas pra­ças após o fim dos contratos com a Sulvias. O tempo segue indefinido. Uma consultoria contratada pelo go­verno analisará qual o melhor mo­delo para cada uma das rodovias.

Caso a EGR repasse a concessão, a possibilidade de se tornar uma pra­ça de pedágio comunitária – como em Portão – aumenta. O único fato concreto é que as tarifas serão redu­zidas. A Seinfra desconhece quanto será de desconto.

Poucos meses

A possibilidade de suspensão da cobrança de pedágios partiu da Seinfra. Depende de uma definição do Ministério dos Transportes. O presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Ney Lazzari acredita que será por, no máximo, cinco meses.

Conforme ele, a tarifa nas rodovias federais será mais barata que a atual – veículos leves pagam R$ 6,70 em Fazenda Vilanova, e R$ 13,40, em Marques de Souza. Ele faz coro à opinião dos empresários Scapini e Glufke: os pedágios melhoraram as estradas, mas o preço está alto.

Glufke vai além. Sugere mais transparência sobre os investimentos feitos com a arrecadação. “Se comprovarem que o valor é justo, aceito pagar os R$ 6,70. Mas, hoje, considero caro.”

O superintendente do Dnit, Vladimir Casa diz que, por ser um órgão executor, desempenhará o papel que for definido pelo governo federal. Sobre as manutenções, diz que o trabalho será feito com planejamento.

O gerente de relacionamento da Sulvias – responsável pelos pedágios do Vale do Taquari – só se pronunciará quando os contratos expirarem.

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