Venâncio Aires contabiliza as maiores perdas na produção de tabaco do RS

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Venâncio Aires contabiliza as maiores perdas na produção de tabaco do RS

Medida consta em levantamento do SindiTabaco realizado depois da enchente do mês passado

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Venâncio Aires contabiliza as maiores perdas na produção de tabaco do RS
Foto: divulgação
Venâncio Aires

A enchente sem precedentes que afetou o RS no início de maio e alterou a vida de milhares de pessoas, trouxe prejuízos para quase dois mil produtores de tabaco. É o que aponta o levantamento realizado pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) junto às empresas associadas. Considerando a valoração estimada das perdas, o município com os maiores prejuízos do Rio Grande do Sul no tabaco é Venâncio Aires em R$ 18,3 milhões.

No Estado, levantamento apurou que 75 municípios foram afetados e as perdas com a enchente superam R$ 95 milhões aos produtores de tabaco gaúchos. Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, a pesquisa reflete a realidade da segunda quinzena de maio, quando o momento ainda era de algumas dificuldades de acesso e de comunicação em muitas localidades. “A partir das informações, valoramos os prejuízos de forma aproximada, de modo a dimensionar o montante de perdas”, explica o executivo.

Ao todo, 1.929 propriedades rurais foram atingidas pelas cheias em 75 municípios listados no levantamento. Em termos de produtores afetados se destacam Candelária, onde 214 produtores tiveram prejuízos, seguida de Agudo (136), Barros Cassal (132), Venâncio Aires (116), Arroio do Tigre (101), Gramado Xavier (96), Segredo (89), Boqueirão do Leão (78), Ibarama (71), Passa Sete (69), Sinimbu (67), Fontoura Xavier (63), Lagoão (63), Santa Cruz do Sul (61), Vera Cruz (58) e Paraíso do Sul (50).

Considerando a valoração estimada das perdas, os dez municípios mais prejudicados foram Venâncio Aires (R$ 18,3 milhões), Candelária (R$ 16,52 milhões), Agudo (R$ 6,35 milhões), Ibarama (R$ 5,96 milhões), Santa Cruz do Sul (R$ 4,57 milhões), Vera Cruz (R$ 3,83 milhões), Paraíso do Sul (R$ 3,36 milhões), Sinimbu (R$ 2,98 milhões), Cruzeiro do Sul (R$ 2,47 milhões) e Arroio do Tigre (R$ 2,45 milhões).

O levantamento também demonstrou que 96% dos produtores que foram atingidos pretendem seguir produzindo tabaco. “Precisamos dar condições para que eles possam continuar o trabalho desta próxima safra e, nesse sentido, as empresas associadas já repuseram os insumos necessários para refazer 2.070 canteiros de mudas perdidos, investimento que alcança cerca de R$ 1,6 milhão. Estamos confiantes de que, mesmo diante dessa tragédia, a produção de tabaco nas áreas mais afetadas deverá ficar próxima das estimativas projetadas para a safra 2024/25 que ainda está em fase inicial”, comenta Schünke.

Segundo o executivo, a indústria e a representação dos produtores estão fazendo o possível para minimizar as perdas, mas políticas públicas serão necessárias para atender emergencialmente os produtores, especialmente no acesso a linhas de crédito para a manutenção e construção de residências, estufas e galpões. “Nesse sentido, acreditamos que a representação dos produtores é uma importante aliada para interceder junto aos órgãos governamentais neste momento de reconstrução, especialmente considerando que o produtor de tabaco é diversificado, pois ele também planta alimentos como milho, feijão, soja e arroz”, avalia Schünke.

Principais resultados do levantamento
1.929 produtores atingidos
2.070 canteiros perdidos
1.428 hectares perdidos [terra agricultável]
285 toneladas de fertilizantes perdidos
848 toneladas é a estimativa de perda de produção safra 2024/25

Unidades de cura (estufas)
222 perdas parciais
129 perdas totais

Galpões
178 perdas parciais
87 perdas totais

Danos nos domicílios
140 com perdas de até 30%
126 com perdas entre 30% e 70%
86 com perda total

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