Comunidade indígena busca ampliação de escola

Espaço limitado

Comunidade indígena busca ampliação de escola

Imóvel de instituição estadual localizado na Aldeia Foxá é precário e conta com apenas uma sala de aula para 33 alunos de diferentes séries

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Comunidade indígena busca ampliação de escola
Escola conta com apenas uma sala de aula. Objetivo é ter um espaço maior para aulas / Crédito: Mateus Souza
Lajeado

Alunos de segundo, terceiro, quarto e quinto anos do ensino fundamental dentro de uma mesma sala de aula. Pouco espaço para refeições dos pequenos estudantes. Inexistência de sinal de internet. As condições da Escola Indígena Gaten, localizada na Aldeia Kaingang Foxá, preocupam. E líderes da comunidade buscam soluções e esperam por respostas do Estado.

Credenciada pela Secretaria de Educação do RS desde 2018, a instituição convive com um número crescente de alunos e uma estrutura precária. Hoje, são 33, divididos em dois turnos. Por isso, a principal demanda hoje, conforme o vice-cacique, Virgilino Nascimento, é a ampliação do pequeno imóvel onde hoje funcionam as atividades da escola.

O ideal, comenta Nascimento, seria a disponibilização de mais uma sala de aula e também um refeitório. “O nosso maior problema hoje é a estrutura. Já tentamos buscar algumas parcerias para viabilizar essa obra, tanto pelo município quanto pelo Estado, mas ainda estamos esperando por essa ampliação”, afirma.

Nas últimas semanas de abril, Nascimento se movimentou no sentido de colocar os pedidos da comunidade indígena em evidência. Procurou veículos de comunicação para mostrar as condições da escola e pedir apoio. “Nós queremos mostrar o que está acontecendo e reforçarmos o nosso pedido”.

Envolvimento

Todos os 33 alunos matriculados na escola são originários de famílias que residem na Aldeia Kaingang Foxá. Como a instituição só tem aulas até o quinto ano, os estudantes mais velhos, em sua maioria, dão seguimento aos estudos na Escola Estadual Manuel Bandeira, no bairro Florestal. “Priorizamos o espaço para os mais novos aqui, para que não corressem riscos”.

Trabalham na escola duas professoras e outras duas funcionárias, responsáveis pela secretaria e os serviços de limpeza e cozinha. “Estamos aglomerados aqui. Precisamos de mais salas e também de sinal de internet. Mas, por enquanto, só previsões e previsões”, lamenta a professora Gisele Waitzmann, que leciona há dois anos na instituição.

O nosso maior problema hoje é a estrutura. Já tentamos buscar algumas parcerias para viabilizar essa obra, tanto pelo município quanto pelo Estado”
Virgilino Nascimento, vice-cacíque

Apesar das dificuldades diárias enfrentadas, Gisele demonstra satisfação em trabalhar com alunos da Aldeia Foxá. “Aqui é um lugar extraordinário. Todas as crianças são bilíngues, pois sabem português e o kaingang, que é o idioma nativo. Mas precisam de mais espaço”.

 

Crédito: Mateus Souza

Atenção à comunidade

Não é só a escola que necessita de melhorias. Conforme Nascimento, há demandas também dos moradores da aldeia. Menciona, entre outros pontos, o excesso de velocidade. “Os carros que descem da ERS-130 correm muito. Seria necessário a instalação de lombadas aqui. Temos muitas crianças”, comenta.

Além disso, cita a necessidade de melhorias na pracinha e também a preocupação com o fato da rua não ter nome. “Não existimos no mapa da cidade. Já pedimos para a prefeitura. Precisamos ter um endereço definido”. As quedas na energia elétrica também são um problema antigo.

Em tramitação

De acordo com o coordenador regional adjunto de Obras Públicas, Nélio Vuaden, inicialmente a escola passará por reformas no telhado. Trata-se de um recurso do Programa Agiliza 2024, do governo gaúcho.

“Quanto a ampliação da escola, esta demanda está tramitando na atualização do projeto e orçamento”, afirma, sem dar maiores detalhes. A solicitação da obra foi feita pela 3ª Coordenadoria Regional de Educação (3ª CRE).

 

Crédito: Mateus Souza

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