“O caminho à frente é longo e árduo”, diz Jarbas da Rosa

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

“O caminho à frente é longo e árduo”, diz Jarbas da Rosa

Comunidades isoladas, prejuízos incalculáveis e estradas em colapso desafiam a recuperação de Venâncio Aires

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“O caminho à frente é longo e árduo”, diz Jarbas da Rosa
Prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa (Foto: Pedro Rodrigues).
Venâncio Aires

Após enfrentar três enchentes em menos de um mês, a cidade de Venâncio Aires enfrenta uma árdua jornada rumo à reconstrução. Com quatro pontes destruídas e vastas áreas urbanas e rurais afetadas, os prejuízos são incalculáveis.

Nesta segunda-feira, 27, a situação permanece desafiadora, especialmente para Vila Mariante e outras seis comunidades vizinhas, que continuam isoladas devido à elevação do rio Taquari. Apesar de alguns moradores terem retornado para suas casas, muitos ainda dependem de abrigos improvisados e da ajuda de amigos e familiares.

A reconstrução está em andamento, mas é um caminho difícil. O restabelecimento dos serviços essenciais é uma prioridade, com a energia já de volta em muitas áreas, enquanto a Corsan trabalha para restabelecer o abastecimento de água.

Segundo o prefeito Jarbas da Rosa, os estragos são generalizados. “Cerca de 170 residências foram completamente destruídas, com prejuízos na agricultura ultrapassando os R$ 100 milhões. Os frigoríficos, vitais para a economia local, contabilizam perdas que ultrapassam os R$ 80 milhões, com o Frigorífico Bom Frango entre os mais afetados, completamente submerso pela força das águas”.

O impacto se estende também ao setor empresarial, com mais de 520 empresas atingidas. Dos 70 mil habitantes, aproximadamente 23 mil pessoas foram diretamente afetadas pelos eventos recentes.

Os danos se estendem além das fronteiras locais, afetando os produtores de suínos e aves, cujas exportações foram prejudicadas pela interrupção das cadeias de abastecimento. “Com a escassez de alimentos para os animais, a qualidade e quantidade das exportações estão comprometidas, gerando prejuízos significativos.”

A reocupação de Vila Mariante

O desafio da reconstrução é imenso, com a comunidade de Vila Mariante enfrentando uma realidade nunca imaginada antes. Muitas casas foram destruídas, e mesmo com os esforços de recuperação, a vida nunca mais será a mesma para muitos residentes.

A administração municipal está trabalhando incansavelmente para fornecer assistência às famílias afetadas, incluindo programas de aluguel social e a construção de novas residências. “O caminho à frente é longo e árduo”.

Rodovia RSC-287

Considerado um dos trechos mais danificados da região, onde cerca de 7km foram destruídos pela força das águas, a RSC-287, rodovia vital para a região, grande parte do trânsito que seguia para a região metropolitana está indo pela BR-386, aumentando o fluxo de veículos e o trajeto/tempo levado para deslocamento. Rosa reforça que a RSC-287, no km 61, é um dos pontos mais críticos.

“Em Picada Mariante até o trevo de Vila Mariante, praticamente não existe mais. São quatro pontos de colpaso total, além do asfalto, todo aterramento foi comprometido. São 7k de colapso, com desmoronamento de acostamentos e danos na pista”.

Rosa reforça que a empresa responsável pela reestruturação da rodovia prevê a liberação de um desvio por uma rua lateral para o início do mês de junho. “Será um desvio emergencial para uma reabertura do tráfego. No local, trabalham 40 caminhões de Venâncio Aires e mais 20 de Bom Retiro do Sul carregando pedras para fazer aterramento para que a pista seja liberada nos próximos dias”.

Ainda, somente nessa rua lateral serão desembolsados cerca de R$ 30 milhões para os 7km de pista que necessita de reforma. “A obra definitiva depende de aprovação do plano executivo. A estrada nova, está projetada para a execução e conclusão dos serviços para um ano.

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