Infectologista alerta sobre cuidados com água das cheias

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Infectologista alerta sobre cuidados com água das cheias

Médico Guilherme Domingues é o 13º entrevistado do quadro da Rádio A Hora

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Infectologista alerta sobre cuidados com água das cheias
Guilherme de Campos Domingues, infectologista (Foto: Marcos Ruschel).
Lajeado

Com as recentes cheias, surgem novos desafios para a saúde pública, conforme alerta o infectologista Guilherme de Campos Domingues. A água contaminada traz consigo não apenas sujeira, mas também doenças, colocando em risco a saúde da população.

O especialista reforça que antes mesmo das enchentes, a região já enfrentava um aumento progressivo nos casos de dengue, além de quadros respiratórios associados à influenza. Distinguir entre essas doenças torna-se um desafio para os médicos e outros profissionais da saúde, pois os sintomas podem ser semelhantes, especialmente no caso da leptospirose, cuja sintomatologia se assemelha à dengue.

“É crucial que os pacientes que tiveram contato com as águas das cheias e desenvolvam febre nas semanas seguintes busquem atendimento médico para descartar qualquer tipo de doença. O diagnóstico precoce da leptospirose é fundamental, pois o tratamento precoce reduz as chances de complicações graves”.

Sintomas 

Os sintomas principais da leptospirose incluem febre, dor de cabeça e dor no corpo, sendo relatada especialmente dor nas panturrilhas. Enquanto a dengue pode apresentar também manchas no corpo e conjuntivite, já a leptospirose não possui esses sintomas, facilitando a diferenciação entre as doenças.

Precauções

Para proteção, algumas recomendações como, por exemplo, o uso de botas, luvas, máscaras e óculos são essencial, uma vez que a bactéria pode penetrar na pele mesmo sem ferimentos abertos. “É importante desinfetar adequadamente as caixas d’água atingidas pelas enchentes e adotar medidas de higiene rigorosas para evitar infecções cutâneas”.

Além disso, Domingues ressalta que pacientes com alto contato com a água ou lama devem seguir o protocolo de uso de antibióticos após o contato, conforme recomendado pela Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Gaúcha de Infectologia.

“Em relação às doenças de pele, surtos de piolhos e sarnas são comuns em situações de desastre, devido às condições precárias de higiene e aglomeração de pessoas em abrigos. É fundamental manter as vacinas em dia, incluindo a vacina contra o tétano”.

Diante das catástrofes naturais, é necessário estar atento não apenas às doenças físicas, mas também aos impactos emocionais, como o estresse pós-traumático e a ansiedade. “Buscar apoio médico e psicológico é essencial para lidar com essas situações desafiadoras”.

Acompanhe a entrevista na íntegra

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