Voluntariado e resiliência dão ânimo e energia na limpeza

REGIÃO ALTA

Voluntariado e resiliência dão ânimo e energia na limpeza

Comerciantes e moradores trabalham em conjunto para agilizar o processo

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Voluntariado e resiliência dão ânimo e energia na limpeza
Foto: Matheus Laste
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A situação no bairro Jacarezinho em Encantado também desafia o esforço e empenho de seus moradores nesse momento de limpeza e reconstrução. O comerciante Paulo Rocha, 59, é o proprietário da Bodega d’Lourdes e revela que a enchente de maio foi um duro golpe porque além de ter sido maior, ela perdurou por mais tempo. “Trouxe muita lama e foi violenta. Na nossa rua 10 casas foram levadas pela correnteza. Além da parte financeira, mexeu com o emocional de todos”, comenta.

Paulo Rocha é proprietário da Bodega d’Lourdes (Foto: Brayan Bicca)

A limpeza de seu estabelecimento foi dificultosa porque eles passaram duas semanas sem acesso à água. “Mas o lado bom é que surgiu muitos voluntários, e eles nos dão ânimo, essa força para levantar a cabeça e trabalhar. A maioria deles são de fora, e a ajuda deles é maravilhosa. A solidariedade de todas essas cidades nos traz energia e esperança”, ressalta Rocha.

Segundo o comerciante, agora ele tem duas opções, desistir e virar as costas para o que construíram ou levantar a cabeça e reconstruir sua história. “Nós vamos fazer tudo novamente, optamos por retomar o negócio. Claro que vamos pensar em reconstruir de outras formas com ideias diferentes, mas vamos reabrir nosso estabelecimento. Não podemos fugir da nossa história, vamos enfrentar nossos problemas e tentar resolvê-los”, finaliza o proprietário da Bodega d’Lourdes.

Igreja e Salão Comunitário

Segundo o presidente da comunidade São Carlos, Jaderson Agostini, 45, a maior diferença no trabalho de limpeza é que nas cheias do ano passado a água veio, mas não deixou lama, o que implica em um transtorno e serviço maior agora em maio. “Em 2023, só com os lava jatos nós conseguimos limpar tudo, agora é preciso de máquinas pesadas porque os braços cansam demais, só com elas para nos auxiliar”, afirma.

Presidente da comunidade São Carlos, Jaderson Agostini. (Foto: Matheus Laste)

O trabalho segue sendo feito por moradores e profissionais da prefeitura, mas toda ajuda é bem-vinda. “Conseguimos bastante gente para ajudar, pessoas que eu não conheço e de cidades que nunca fui, mas que vieram até aqui para nos auxiliar. Nesse último fim de semana mais de 40 pessoas estavam aqui na limpeza, durante a semana o trabalho segue, mas com menos gente”, esclarece Agostini.

Conforme o presidente, as cheias desse mês implicarão em um nível de reconstrução que não foi necessário no ano passado. “Temos que reconstruir parte da sacristia, cozinha, balcões e a copa também. O altar ainda estava sendo trabalhado desde a enchente de 2023, estamos fazendo tudo em pedra para não ter tanta manutenção. Então tem bastante trabalho pela frente”, aponta o presidente da comunidade.

Ajuda de fora

A expectativa pela vinda dos voluntários para auxiliar os municípios do Vale do Taquari existia, mas com um receio, com todo Estado sendo afetado pela catástrofe climática, muitos prefeitos estavam cientes que o número de pessoas vindo auxiliar na limpeza seria consideravelmente menor que aquela vista em setembro. Isso, de certa forma, se concretizou, mas o apoio recebido tem sido essencial para reforçar o ânimo e energia dos moradores.

Em Muçum, o responsável por gerenciar a unidade da Redlar na cidade (e proprietário da filial em Roca Sales), José Luiz Bonzanini, auxiliava alguns colaboradores na limpeza da loja de móveis. “Graças a Deus temos muitos voluntários se doando e nos ajudando aqui, se não levaríamos meses só para limpar o espaço. Não salvamos 20% do que tinha em estoque aqui em Muçum, e a loja de Roca Sales foi destruída”, revela Bonzanini.

José Luiz Bonzanini é proprietário da Redelar. (Foto: Matheus Laste)

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