Retomada da rotina e acolhimento auxiliam no emocional as crianças

Nossos Filhos

Retomada da rotina e acolhimento auxiliam no emocional as crianças

Especialistas debatem estratégias para ajudar famílias a se recuperarem dos traumas das enchentes

Por

Atualizado sexta-feira,
17 de Maio de 2024 às 15:29

Retomada da rotina e acolhimento auxiliam no emocional as crianças
Psicopedagogas, Fabiele Lermen Spohr e Aline Heberle Heineck, destacam a importância de respeitar o tempo dos pequenos e saber acolher e escutá-los. (Foto: Eloisa Silva)
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As últimas enchentes no Vale do Taquari trouxeram não apenas destruição física, mas também impactos emocionais para a população, em especial às crianças. Se o trauma de perder a casa e a sensação de insegurança são experiências de difícil assimilação para os adultos, nos pequenos elas têm um peso ainda maior. Mesmo as crianças que não foram diretamente afetadas pelas cheias perceberam mudanças drásticas em suas rotinas. Por isso, especialistas enfatizam, cada vez mais, a importância de abordar o tema com sensibilidade e cuidado.

Psicopedagogas, Fabiele Lermen Spohr e Aline Heberle Heineck, destacam a importância de respeitar o tempo dos pequenos e saber acolher e escutá-los. Muitos deles podem não querer falar sobre o ocorrido imediatamente, enquanto outros vão expressar seus sentimentos nas primeiras oportunidades. “Precisamos saber ouvir, acolher e dar suporte para não haver resquícios no futuro”, afirma Fabiele.

Para auxiliar na compreensão dos desastres com as crianças, as psicopedagogas afirmam que um primeiro passo é saber dosar o que elas veem e ouvem, principalmente em meio às mídias. “Nossas crianças são expostas de forma exagerada. A gente está errando, de certa forma, ao conversar tudo com as crianças e não ter mais a separação do que pode ou não ser dito”, afirma Aline.

Fabiele Lermen Spohr

Segundo Fabiele, é importante que os pais saibam dar explicações conforme a faixa etária de cada um. “São explicações mínimas. Não precisamos omitir a realidade, mas também não expor a elas todo o caos e a situação catastrófica. Nós somos os adultos e precisamos trazer uma perspectiva otimista”.

Uma alternativa para o diálogo é utilizar materiais didáticos que abordam a temática das chuvas e deslizamentos de forma leve e educativa. Hoje, é possível encontrar diversos livros digitais que ajudam a ressignificar os fatos para as crianças.

Outra sugestão é, na medida do possível, manter a rotina. Quanto mais os pais puderem manter as atividades das crianças próximas da normalidade, mais fácil será para elas lidarem com os impactos da tragédia. “Mesmo para aqueles que estão em abrigos, tentem manter uma rotina saudável para as crianças”, sugere o médico pediatra, João Paulo Weiand.

Confira algumas sugestões de materiais didáticos:

O papel das escolas no acolhimento

Aline Heberle Heineck

Neste cenário, as escolas têm papel importante no acolhimento e na compreensão das crianças, afinal manter as atividades escolares, mesmo em meio a crise, auxilia na sensação de normalidade e consolida uma rotina para os pequenos. Aulas adaptadas e atividades lúdicas também podem ser implementadas para minimizar os impactos.

Além disso, as pedagogas percebem que as escolas se tornam ambientes de suporte e escuta aos pais e professores. Afinal, todos foram afetados pelas cheias. Aline observa que muitas famílias tiveram perdas financeiras, que levam preocupação para o dia a dia da criança. “Nosso papel dentro da escola é muito importante para que a gente tenha esse discernimento de conseguir unir, de novo, a família, escola e crianças. Para que todos tenham menos traumas”.

O bate-papo completo sobre a atenção com as crianças após as enchentes pode ser acompanhado nas plataformas digitais do Grupo a Hora. O programa “Nosso Filhos” é apresentado por Mateus Souza e pelo Dr. João Paulo Weiand. Patrocínio de Clínica Protege e Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT.

Veja o programa completo

Acompanhe
nossas
redes sociais