Acostumada com ambientes corporativos, instruindo líderes e diretores, Lu Rodrigues trocou os escritórios por baias, e os cafés corporativos por rações e cobertores. Há duas semanas, a especialista em Recursos Humanos, se tornou especialista em gestão de animais, coordenando o canil improvisado no Parque do Imigrante. Ao latido de um cão, ela prontamente ordena. “Calma, nego”.
A iniciativa teve início de forma compulsória, com a necessidade de acolher os animais de estimação que acompanhavam as famílias desabrigadas no Parque do Imigrante. O canil nasceu da necessidade de proteção e saúde. “Em meio aos animais, havia sujeira no Parque, havia perigo de doenças e leptospirose. Decidimos por um canil”, relata Lu.
Canil conta com apoio de muitos voluntários
O espaço deu tão certo que foi ampliado. Lu, que já atuava na Rede de Apoio Psicossocial, assumiu a coordenação do canil. A experiência da gestora na infância, auxiliou-a na iniciativa. Nascida em Angra dos Reis, interior do Rio de Janeiro, está há 13 anos em Lajeado. “No interior do Rio, fui criada com galinhas e marrecos. Entendo que tanto pessoas quanto animais precisam de acolhimento.”
CANIL CONTA COM DEZENAS DE VOLUNTÁRIOS
Com o apoio de empresas, veterinários, biólogos e voluntários, o canil se destaca pela estrutura bem-organizada e acolhedora. As baias, construídas por voluntários, abrigam no máximo três animais cada. Há um puleiro para as aves e um berçário para os filhotes de cães. Hoje, o canil conta com 82 cães, 18 gatos, duas espécies de galinhas e estão chegando ovelhas. O projeto é totalmente financiado por empresários e pessoas da comunidade, sem ajuda do poder público.
“Fazer a gestão de animais é maravilhoso. Eles dão muitos beijos”, salienta Lu, a especialista em pessoas. Em 15 dias, foram doados dez animais e o movimento de pessoas é intenso, a fim de visitar os bichinhos.
Os animais que chegam ao Parque recebem cobertores, roupas e brinquedos e já estão familiarizados com o ambiente. O canil ficará em operação o tempo necessário para dar suporte às famílias abrigadas, mas precisa continuamente do apoio da comunidade. As doações são frequentes, “Precisamos do auxílio de uma lavanderia para higienização das roupas”
