Comunidades de Encantado seguem sem acesso

PÓS-ENCHENTE

Comunidades de Encantado seguem sem acesso

Caminhões chegam até a barreira, materiais e alimentação são retirados e atravessados a pé, em seguida, carregados do outro lado, permitindo a chegada até o Centro

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Comunidades de Encantado seguem sem acesso
Foto: Diogo Fedrizzi
Encantado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A comunidade de Jacarezinho segue sem acesso ao centro de Encantado. Considerado um dos pontos bastante atingidos pela enchente da última semana, os trabalhos seguem para a desobstrução das vias. Na ponte do Moinho, na ERS-332, a prefeitura trabalha na colocação de toras de eucalipto para a liberação de veículos leves. “Aterramos metade da ponte e agora estamos aterrando a outra parte. Carros pequenos já estão conseguindo acessar, porém, ainda não há acesso total para Encantado. Liberando esse acesso, teremos uma possibilidade de entrar no município com veículos maiores”, descreve o prefeito Jonas Calvi.

Devido a dificuldade de logística, uma força-tarefa foi montada. Caminhões chegam até a barreira e os materiais, alimentação é retirada de dentro dos caminhões e passando a pé por cerca de 20 metros e carregando do outro lado, permitindo, assim, a chegada até Encantado.

“Na ponte do Pedrão, Linha Chiquinha, São Marcos, abrimos a cabeceira na segunda à noite. Já terminamos a reconstrução da cabeceira desse lado, estamos limpando a ponte, muitos galhos e árvores sobre a estrutura e vamos começar a aterrar o lado de lá da ponte. Em seguida, vamos conseguir atender toda a comunidade”.

Outra grande preocupação é a dificuldade de acesso para o transporte de ração para suínos e frangos. “Um produtor de suínos está com mais de quatro mil animais, temos granjas com ovos férteis, mais de 40 mil galinhas poedeiras, estamos agilizando a questão da ração para esses animais”.

Os municípios não estão conseguindo auxiliar devido essa dificuldade de acesso. “Hoje não há possibilidades de chegar uma máquinas no município”.

Até domingo, 6, pelo menos 772 pessoas ocupavam os 19 abrigos públicos espalhados pelo município. Muitas famílias abrigadas em casa de vizinhos e parentes.

Na área da educação, em novembro, Encantado foi um dos primeiros municípios a retomar as atividades escolares. “Vimos a necessidade de retirar essas crianças do cenário de enchentes e levar para a escola naquela época. Até quarta-feira, 8, esperamos ter uma posição concreta quanto ao retorno das atividades. Ainda estamos salvando vidas. Muitas pessoas limpando suas casas para recomeçar”.

Além disso, Calvi relata que ainda haviam famílias incomunicáveis desde o primeiro dia das intensas chuvas. “Não tínhamos notícias se estavam vivas ou não, mas hoje conseguimos a confirmação de que estão bem”.

Empresas foram severamente atingidas, logística prejudicada devido à enchente. “A Dália Alimentos, Fontana, Carrer, maiores empresas que dão retorno ao município, funcionários atingidos, falta de energia e água, ausência de comunicação, operadoras de celular e, a nossa preocupação vai se concretizando cada vez mais. Pela terceira vez, essas empresas foram atingidas e estamos preocupados com os empregos, com a economia que gira dentro do município”.

Quanto às habitações, Calvi reforça que o plano de habitação já pensado antes não estava previsto para as áreas atingidas nessa enchente. “Temos que passar por uma nova reestruturação, um plano diretor e pensando no que aconteceu agora, pois nós, de Encantado, não estávamos pensando nos desmoronamentos que ocorreram e precisamos trazer isso para o plano diretor”.

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