Laudo preliminar descarta risco de deslizamento em Cruzeiro do Sul

NA VILA ITALIANA

Laudo preliminar descarta risco de deslizamento em Cruzeiro do Sul

Geólogo Cristiano Danieli fez vistoria em caráter de emergência e tomada de decisão instantânea quanto ao risco

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Laudo preliminar descarta risco de deslizamento em Cruzeiro do Sul
Foto: Rodrigo Martini
Cruzeiro do Sul

Diante da preocupação com possíveis deslizamentos na Vila Italiana, em Cruzeiro do Sul, a Administração Municipal contratou uma empresa especializada para a realização de Laudo Técnico sobre o comportamento do terreno, emitido neste domingo, 5.

Conforme o Geólogo, Cristiano Danieli, a vistoria foi feita em caráter de emergência somente para avaliação preliminar e tomada de decisão instantânea quanto ao risco de deslizamento ou tombamento de blocos que pudessem atingir as casas. A análise foi então somente visual.

Em entrevista à Rádio A Hora, 102.9, na noite deste domingo, 5, o engenheiro da prefeitura, Carlos Persch, disse que em nenhum momento houve aviso de evacuação por parte do governo municipal para a comunidade, e que houve um equívoco sobre a localização exata. “Pessoal confundiu o local. Não é bem na casa do morro, é mais adiante. E não houve aviso de evacuação. O que houve foi uns dois casos onde as próprias pessoas informaram que aconteceu uma rachadura, mas, claro, somente em casos específicos, se recomenda sair de casa”, afirma.

A partir do que foi constatado em campo pelo geólogo é possível afirmar:

  • Não foi identificado nenhuma trinca no solo na área avaliada nem blocos soltos;
    A inclinação média da área é moderada de maneira geral;
  • A área sofreu o fenômeno de rastejo, ou seja, as camadas de solo deslizaram sobre a rocha do substrato, gerando um rejeito diferencial conforme a zona, o que está evidenciado pelas rachaduras nas paredes de algumas casas, muros e calçada;
  • Este rastejo vem ocorrendo há mais de 40 anos nesta zona, conforme declarações de moradores e vistoria realizada por este mesmo autor no ano de 2011. A cada ocorrência de eventos pluviométricos severos há um leve deslocamento dos estratos de solo em direção a jusante (nordeste) gerando alguns danos nas estruturas de casas e viárias;
  • O fenômeno “rastejo” não oferece risco iminente ao que está posto sobre a zona atingida, mas caracteristicamente vai gerando estes danos nas estruturas e pode condenar alguma residência ou outras estruturas;
  • Uma área que sofre rastejo pode evoluir para um escorregamento ou deslizamento. O deslizamento se caracteriza por um fenômeno catastrófico no qual as camadas de solo deslizam sobre o substrato rochoso em um único evento, podendo evoluir para uma corrida de lama, cujo alcance é mais longo. O risco de ocorrência de um deslizamento ou qualquer outro tipo de queda e barreira na zona depende de inúmeras variáveis, devendo as mesmas serem avaliado e quantificado a partir de um estudo mais aprofundado, que envolverá um levantamento planialtimétrico de detalhe, geração de mapa de declividade, sondagens, mapeamento hidrográfico, avaliação hidrológica, etc. A realização deste estudo se mostra primordial e urgente;
  • As casas que já sofreram danos por conta da ocorrência do rastejo devem ser avaliadas por profissional da engenharia civil para determinação do grau de comprometimento estrutural. Até o posicionamento conclusivo do mesmo recomenda-se a não ocupação das mesmas;
  • Até que o estudo recomendado seja realizado, recomenda-se o monitoramento visual contínuo visual da evolução do rastejo através de sinais na estrutura viária e residências. No caso de previsão de ocorrência de chuvas em volumes consideráveis a área deverá ser evacuada como forma de precaução.

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