Cartilhas apresentam plantas nativas e exóticas invasoras

Meio Ambiente

Cartilhas apresentam plantas nativas e exóticas invasoras

Documentos digitais elaborados em projeto de pesquisa auxiliam a identificar as espécies adequadas e inadequadas que ocorrem nas margens do Rio Taquari

Por

Cartilhas apresentam plantas nativas e exóticas invasoras
Levantamentos nas margens do arroio Forquetinha ocorreram entre 2017 a 2019. Hoje, próximo da ponte, é visível a falta de cobertura vegetal

As matas ciliares dos rios da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas, até meados do ano passado, se resumiam a estreitas faixas e se mostravam insuficientes para a proteção das margens. Depois da enchente de 2023, a situação piorou, elas praticamente desapareceram. Do que resta, é importante preservar as nativas de florestas ribeirinhas e fazer reposição de mudas. Além disso, é prudente retirar as espécies exóticas invasoras. Para tanto, dois guias estão disponíveis de forma digital e podem servir para orientar ações. As publicações foram elaboradas por pesquisadores vinculados aos programas de pós-graduação em Biotecnologia e em Tecnologia e Gestão Sustentáveis e ao Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), da Univates.

Sem imaginar o quanto pioraria cenário das matas ciliares, os pesquisadores, coordenados pela professora doutora Elisete Maria de Freitas, inciaram os trabalhos ainda na década passada. “De 2014 a 2016 realizamos estudos nas margens do rio Taquari e, posteriormente, nos anos de 2017 a 2019 foram vários levantamentos nas margens do arroio Forquetinha”, relembra. O trabalho, a partir de abril de 2021, resultou na elaboração dos dois guias, lançados em março.

O Guia ilustrado de plantas exóticas invasoras nas margens de rios e arroios da Bacia Hidrográfica do rio Taquari apresenta 15 espécies e Guia ilustrado de espécies vegetais nativas de florestas ribeirinhas da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari mostra 17 tipos de plantas. Disponibilizados no formato digital, os guias constituem uma estratégia de transferência de conhecimento científico para simplificar e divulgar informações técnicas de forma acessível e prática para produtores rurais, técnicos da área ambiental e prefeituras municipais, destaca Elisete. A docente ressalta que correta identificação das espécies é essencial para o sucesso dos projetos de recuperação dessas áreas quando degradadas, pois nem todas as plantas sobrevivem à presença constante de água ou às inundações e enchentes. “Ou seja, existem espécies que não são eficientes na contenção dos processos erosivos nas margens de rios. Então, o guia serve para que as pessoas (proprietários de terras e técnicos das áreas ambientais) tenham como se orientar na escolha das espécies. Além disso, deve orientar a coleta de sementes por parte de viveiristas, já que é rara a existência de mudas de espécies nativas de beira de rios e arroios”, detalha. Outra motivação para a elaboração dos guias, de acordo com Elisete, é a necessidade de controlar a presença de espécies exóticas invasoras, já que são muito prejudiciais aos ecossistemas.

Entrevista
“Espécies invasoras são uma ameaça à biodiversidade”

Como os guias podem colaborar na prática de recuperação de florestas ribeirinhas?

Além de favorecer a identificação das espécies, no guia de Plantas Nativas são descritas as formas de dispersão e propagação das espécies com o intuito de favorecer a produção de mudas em viveiros e propriedades rurais, bem como em escolas.

Conhecer as plantas exóticas invasoras têm a mesma importância de conhecer as nativas?

Com certeza. É um conhecimento essencial, pois ocupam ambientes degradados e dificultam (ou impedem totalmente) a germinação, o crescimento e o desenvolvimento das plantas nativas, se tornando dominantes nos locais que invadem. Elas são muito prejudiciais, pois competem com as espécies nativas com maior eficiência e tendem a homogeneizar os ecossistemas, se tornam únicas em determinados ambientes, causando a redução da biodiversidade. Espécies exóticas invasoras estão entre as principais ameaças à biodiversidade do mundo hoje.

Ao identificar plantas invasoras, o que deve se fazer?

Ao identificar invasoras, precisamos cortar (caso de arbóreas como uva-japonesa, amora-preta, pinus, cinamomo, entre outras) e, em alguns casos, fazer o manejo (roçadas) para que as nativas possam se desenvolver. As nativas, quando bem estabelecidas, tendem a reduzir gradativamente algumas invasoras como as gramíneas, por exemplo.

Os agricultores têm papel fundamental na preservação das margens. Como você percebe a conscientização dos proprietários de áreas?

Encontramos agricultores muito interessados em reverter o atual quadro de degradação das margens em suas propriedades, querem restaurar e só não o fazem por falta de recursos.
No entanto, a maioria é resistente, por vários motivos.

Quais são os motivos que levam a esta resistência?

Talvez porque não acreditam que é possível reverter a atual condição de degradação das margens, ou porque, por muito tempo se exigiu que eles simplesmente plantassem as mudas nas margens sem preparar o terreno, resultando no fracasso com perda das mudas e continuidade dos processos erosivos. Outro fator que influencia muito na resistência são os interesses econômicos, pois essas margens aqui no nosso Vale são muito produtivas. Assim, não querem perder essas áreas, utilizadas há tanto tempo, para cultivo agrícola ou para a pecuária.

Como os guias podem colaborar na prática de recuperação de florestas ribeirinhas?

Além de favorecer a identificação das espécies, no guia de Plantas Nativas são descritas as formas de dispersão e propagação das espécies com o intuito de favorecer a produção de mudas em viveiros e propriedades rurais, bem como em escolas.

Conhecer as plantas exóticas invasoras têm a mesma importância de conhecer as nativas?

Com certeza. É um conhecimento essencial, pois ocupam ambientes degradados e dificultam (ou impedem totalmente) a germinação, o crescimento e o desenvolvimento das plantas nativas, se tornando dominantes nos locais que invadem. Elas são muito prejudiciais, pois competem com as espécies nativas com maior eficiência e tendem a homogeneizar os ecossistemas, se tornam únicas em determinados ambientes, causando a redução da biodiversidade. Espécies exóticas invasoras estão entre as principais ameaças à biodiversidade do mundo hoje.

Ao identificar plantas invasoras, o que deve se fazer?

Ao identificar invasoras, precisamos cortar (caso de arbóreas como uva-japonesa, amora-preta, pinus, cinamomo, entre outras) e, em alguns casos, fazer o manejo (roçadas) para que as nativas possam se desenvolver. As nativas, quando bem estabelecidas, tendem a reduzir gradativamente algumas invasoras como as gramíneas, por exemplo.

Os agricultores têm papel fundamental na preservação das margens. Como você percebe a conscientização dos proprietários de áreas?

Encontramos agricultores muito interessados em reverter o atual quadro de degradação das margens em suas propriedades, querem restaurar e só não o fazem por falta de recursos.
No entanto, a maioria é resistente, por vários motivos.

Quais são os motivos que levam a esta resistência?

Talvez porque não acreditam que é possível reverter a atual condição de degradação das margens, ou porque, por muito tempo se exigiu que eles simplesmente plantassem as mudas nas margens sem preparar o terreno, resultando no fracasso com perda das mudas e continuidade dos processos erosivos. Outro fator que influencia muito na resistência são os interesses econômicos, pois essas margens aqui no nosso Vale são muito produtivas. Assim, não querem perder essas áreas, utilizadas há tanto tempo, para cultivo agrícola ou para a pecuária.

Invasoras

Nativas

Acompanhe
nossas
redes sociais