“Não faria outra coisa da minha vida”, diz Márcio Dal Zot Dutra

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“Não faria outra coisa da minha vida”, diz Márcio Dal Zot Dutra

Especialista em traumatologia é o 11º entrevistado do quadro da Rádio A Hora

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“Não faria outra coisa da minha vida”, diz Márcio Dal Zot Dutra
Médico Traumatologista, Márcio Dal Zot Dutra (Foto: Marcos Ruschel).
Lajeado

Natural de Erechim, Márcio Dal Zot Dutra é médico traumatologista. Morou em sua terra natal até os 18 anos, quando concluiu o ensino médio e foi seguir carreira. Não lembra exatamente de onde surgiu a vocação pela medicina, mas recorda que sempre gostou da biologia. Fez vestibular para medicina, passou e esse era o seu caminho, “não faria outra coisa da minha vida”.

Antes de disputar uma vaga na medicina, fez um ano de cursinho em Porto Alegre e, depois participou do vestibular onde foi aprovado. Com a aprovação, acabou indo morar em Pelotas, cursando medicina na Universidade Católica onde permaneceu durante seis anos.

“Quando você vai para uma cidade onde conhece pouca gente, fazer amizades se torna mais fácil”. Teve oportunidade de ir para Passo Fundo, mas acabou optando por finalizar os estudos em Pelotas. “As amizades supriam a saudade da família”. Dutra entrou na faculdade em 1997 e se formou em 2002.

Por que a traumatologia?

“A decisão pela especialidade da traumatologia foi desde o início da faculdade. Um amigo de Erechim que era residente da ortopedia em Passo Fundo, me convidou para fazer estágio e me apaixonei de cara pela ortopedia e fui seguindo durante a faculdade fazendo estágios, acompanhando os ortopedistas da cidade e direcionando minha formação para isso desde o início. Fiz a formação completa, mas sempre com uma queda para a área ortopédica”.

A residência foi no Rio de Janeiro. “No quinto ano de faculdade, em 2001, um primo que mora no Rio, tia que morava no Rio, então, tinha uma base familiar lá. Fui para o casamento desse primo e fiquei uma semana por lá, fiquei apaixonado pela cidade. O Rio de Janeiro realmente me seduziu e pensei, eu vou morar aqui, vou passar pelo menos algum tempo da minha vida nesse lugar”.

Para prova de residência, fez em diversos lugares do país. “Onde melhor fiquei colocado e consegui um hospital do SUS (Hospital Municipal Barata Ribeiro), no Morro da Mangueira, muito bom, com boas referências e estruturas e a cidade onde eu queria ficar. Durante três anos na residência, uma grande escola, permaneci o tempo necessário e decidi retornar para o Rio Grande do Sul”.

Mas antes de retornar, foi fazer a especialização na área de quadril em São Paulo num hospital de alta tecnologia. “Fiquei muito feliz quando fui aceito no serviço e permaneci por um ano”. Após, retornou ao RS.

A chegada em Lajeado

Ele conta que um colega da faculdade e grande amigo que é de Lajeado falava muito bem do Hospital Bruno Born e já conhecia a cidade, pois participava de algumas edições da Festa à Fantasia. Mas antes de vir para Lajeado, morou em Encantado e essa foi a porta de entrada no Vale do Taquari, fato que ocorreu em 2007 quando trabalhou na área, atuou em hospital e consultório, em Encantado. Em 2009, o Hospital Bruno Born fez o convite para vir fazer parte da escala de sobreaviso. Com a especialização na área de quadril e o HBB não possuía especialista nessa área, acabou ficando e aumentando a demanda de trabalho. Após 8 anos em Encantado, veio morar em Lajeado. Atualmente, concentra a maior parte de suas atividades em Lajeado divididas entre Hospital Bruno Born e consultório.

Especialização em quadril

Os desafios da área são muitos. A cirurgia de quadril é ampla, muitas vezes, de alta complexidade. “Para mim sempre foi um desafio a ser vencido. Sempre buscando me aprimorar, com novas técnicas, cirurgias mais complexas”.

Ele explica que o desgaste e as fraturas são os maiores problemas que levam às cirurgias de quadril. A lesão esportiva, por exemplo, tem aumentado em jovens. “Vivemos em uma comunidade que tem uma longevidade grande, pessoas idosas com o tempo, naturalmente, vão sofrendo a osteoporose que leva a uma fraqueza óssea e, essa gera uma fratura. Uma queda banal, um tropeçar num tapete e o paciente cai, quebra o fêmur e normalmente esse tratamento cirúrgico precisa tratar, hospitalizar, fixar fratura ou fazer uma prótese. O desgaste do quadril, com a idade cada vez mais aumentando, as pessoas têm sentido mais e tem tido mais casos de desgaste de quadril”.

Fatores como predisposição genética, sobrepeso, atividades físicas podem culminar em um desgaste de quadril. Dutra esclarece que, quando o desgaste está avançado, não há muito o que fazer a não ser a cirurgia. “A cirurgia de prótese do quadril é fantástica, devolve uma qualidade de vida absurda para o paciente, um impacto muito positivo para o paciente. É muito gratificante você ver um paciente que entra mancando, com dor, sofrendo há anos porque vai progredindo e piorando até o ponto de a pessoa não aguentar mais e a gente faz uma cirurgia que tira a dor do paciente com a mão. Falo para meus pacientes que vai sentir dor a última vez quando for anestesiado e depois não vai mais sentir essa dor. E realmente, no dia seguinte da cirurgia, o paciente é retirado do leito, colocado para caminhar e não tem mais aquela dor do desgaste, isso é muito legal. Eles voltam felizes, com sorriso no rosto e isso é extremamente gratificante”.

Estrutura do HBB

Referência em muitas especializações, conta com uma estrutura de alta tecnologia o que facilita a vida do profissional e do paciente. Dutra não atua sozinho, conta com equipe sistemática para a cirurgia, “Somos um time que joga muito bem. Estou muito feliz por esse momento, conseguir fazer um trabalho de qualidade e entregar bons resultados ao paciente”.

Indagado sobre a escolha pela profissão ele fala: “Faria tudo de novo, sem dúvida. Sou realizado e feliz. O que mais me satisfaz é ver esse resultado positivo, isso é extremamente gratificante. Ver a gratidão nas pessoas, no olhar, no sorriso é muito legal”.

Márcio Dal Zot Dutra é casado com Vanessa e tem um filho, Artur, de 7 anos, “sou feliz e realizado”. Para ele, a vida social é necessária. “Busco equilíbrio nas coisas. Não abro mão do exercício físico, vejo isso como um compromisso comigo mesmo. Todo mundo deveria ter pelo menos uma hora no dia para cuidar de si mesmo. Eu busco me exercitar, pois acredito que isso vai me dar um desfecho muito melhor para mim e na minha vida”.

Acompanhe a entrevista na íntegra

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