Cerca de 800 associados da Cooperativa Dália participaram das assembleias regionais que ocorreram nos municípios de Santa Cruz do Sul, Progresso, Encantado, Arroio do Meio, Anta Gorda e Guaporé durante o final do mês de março.
Na ocasião, o Presidente Executivo, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, apresentou o balanço do exercício do ano de 2023 e comentou os fatores que impactaram o mercado e promoveram uma grande crise no segmento da proteína animal. “O comportamento do mercado foi, por demais, negativo, tanto que nos últimos três anos, as indústrias avícolas e suinícolas operaram sem rentabilidade, muitas das quais entraram com pedido de recuperação judicial ou iniciaram o processo de liquidação”, explicou Freitas.
Conforme Carlos Alberto, entre os principais fatores geradores da crise agroindustrial estão a explosão generalizada dos custos de insumos no período da pandemia, a elevação dos juros bancários, o desiquilíbrio entre a oferta e o consumo, baixa capacidade do consumo e baixa capacidade do poder aquisitivo da população brasileira. “Insumos como grãos, embalagens, transportes, entre outros, dobraram seus preços, e o mercado não absorveu esse aumento, ficando as agroindústrias sem rentabilidade”, destacou.
Transição:
Segundo o Presidente Executivo, para minimizar os efeitos da crise da produção de proteína animal, a direção da cooperativa optou por ações estratégicas em relação a produção de suínos e frangos. “Precisávamos diminuir os gargalos que faziam a empresa operar sem rentabilidade; por isso, decidimos diminuir o abate de suínos e aves”, frisou Freitas.
O gestor ainda ressalta que a crise da proteína animal que iniciou em 2020 passou a desacelerar no mês de setembro do ano passado. “Tínhamos uma projeção que no primeiro semestre de 2023 seria o momento mais impactante da crise e estávamos certo. Contudo, só sentimos os reflexos positivos em novembro, quando deixamos para trás os danos causados pela catástrofe climática ocorrida no mês de setembro, cujas águas invadiram as indústrias.
Por fim, Carlos Alberto mencionou as oportunidades que o mercado tem apresentado. “Acompanhamos a reação do mercado em relação à redução dos custos dos insumos e queda na taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano.” completou.
Já o Presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, prestou contas sobre números do quadro social. “Atualmente são 2661 associados espalhados em 125 municípios e 2831 funcionários”.
Tributação
Uma ameaça no cenário econômico é o aumento da tributação decorrente dos decretos estaduais que retiram os benefícios fiscais, os quais foram instituídos para equalizar a competitividade do estado com os demais estados da federação. “A decisão do governo gaúcho promoverá perdas significativas para as agroindústrias gaúchas em relação às dos estados de SC e PR. Teremos que lidar com o aumento da carga tributária, que deverá sufocar o setor produtivo, além de outros desafios que já temos, como o custo logístico, uma vez que o estado do RS não produz milho suficiente e as agroindústrias precisam trazer o insumo da região centro oeste e depois levar seus produtos industrializados até os grandes centros consumidores como os estados de SP e RJ”, detalhou o presidente executivo.