Há quanto tempo interpreta Jesus Cristo e como surgiu o convite?
Há oito anos interpreto Jesus. O convite surgiu da professora, Talita Fassini, que na época também estava no teatro. Ela me convidou para participar e fui. Comecei como Lázaro, passei por outros personagens até chegar no Jesus. Este ano, foi a 15ª vez que participo das 18 edições, oito delas como Jesus e sete interpretei outros papéis.
Qual foi a sua reação ao saber que interpretaria um dos principais personagens da Paixão de Cristo?
No começo, a direção do espetáculo era de Porto Alegre e a pessoa que interpretava Jesus também. Após Marcelo Brentano assumir a direção, fez uma seleção com os atores de Imigrante e eu estava junto. Me dediquei ao máximo. Eu até já vinha deixando o cabelo crescer e a barba, querendo fazer esse personagem algum dia. Tinha eu e mais dois outros atores de Imigrante, e fui selecionado. Desde então, faço o papel de Jesus. Para mim foi uma honra muito grande, porque o papel principal, o que conduz praticamente todas as cenas durante a encenação. Minha dedicação me levou até onde eu queria chegar.
Qual o momento da Paixão de Cristo que mais te emociona interpretar?
Neste ano, uma das cenas que eu mais gostei de fazer e que me emocionou bastante foi a entrada em Jerusalém, onde é bem próximo ao público. Além da cena do batizado de Jesus que trouxemos novamente neste ano. João Batista batizando Jesus, uma cena muito bonita, que teve água no cenário e o pessoal aplaudiu no meio do espetáculo, porque a cena foi maravilhosa.
O que mudou na sua vida a partir da participação no espetáculo?
Me mudou como pessoa, um crescimento pessoal que a gente leva para a vida. A Paixão de Cristo vai muito além dos dois dias de apresentação. A gente cria um vínculo muito grande com todos os atores, que chamamos de família Paixão de Cristo, levamos para o coração. Neste ano, fui convidado para explicar para as crianças da escola o que significava a Páscoa. Foi muito legal, gratificante.
Como você se prepara ao longo do ano?
É toda uma preparação. No meu caso, começa mais cedo por conta da barba e o cabelo que deixo crescer. Em dezembro recebemos o texto e janeiro a preparação da leitura já no local da apresentação. A movimentação se intensifica nos dias que antecedem.
As pessoas te encontram na rua, param, conversam?
Muitos me chamam na rua por Jesus. Às vezes até após o teatro na frente do Convento, eles sobem para agradecer, falar, tirar foto, então, algumas pessoas conseguem falar da sua experiência, como é que foi, por que está indo para Paixão de Cristo, qual a finalidade, e no dia a dia também, então já recebi desenho de uma menina de Lajeado que se emocionou bastante e várias pessoas que depois escrevem nas mídias sociais agradecendo por ter esse momento de renovação da fé.