Presidente da Cotrijal prefere aumento ICMS do que decretos

ENTREVISTA – CONEXÃO REGIONAL

Presidente da Cotrijal prefere aumento ICMS do que decretos

Nei Mânica foi escolhido como interlocutor entre 27 associações do setor produtivo e o governo estadual. Na avaliação do gestor, consolidação dos decretos representa os maiores prejuízos

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Atualizado segunda-feira,
01 de Abril de 2024 às 20:17

Presidente da Cotrijal prefere aumento ICMS do que decretos
Nei Mânica pede para debate não ser utilizado como palanque político (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Definido como porta-voz entre as 27 associações que representam o setor produtivo, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, afirmou que a elevação da alíquota de ICMS é o melhor caminho em comparação com a efetivação dos decretos pelo governo estadual, que retiram incentivos e impactam diretamente no preço dos produtos da cesta básica.

Em entrevista ao Conexão Regional da Rádio A Hora nesta segunda-feira, 1, o gestor afirmou ser contrário a qualquer medida que acarrete em aumento de impostos, mas que entre os modelos apresentados, uma correção no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 19% provoca menores danos do que retirar incentivos, o que estava estabelecido nos decretos assinados por Eduardo Leite previstos para entrar em vigor hoje caso não fossem retirados na última sexta-feira, após reunião com empresários.

Segundo Mânica, apesar de serem constitucionais, os decretos causariam elevação reajuste entre 5% e 15% de acordo com a cadeira produtiva. No modelo proposto na última semana pelos líderes de 27 associações do Rio Grande do Sul, o ICMS seria elevado de 17% para 19%, meio ponto percentual a menos do que Leite propôs no ano passado. Cada 0,5% representa um montante de R$ 700 milhões na economia. “Que não se use esse momento como palanque político. Temos uma responsabilidade grande com o futuro do estado”, alerta.

O interlocutor dos empresários e estado analisa também que muitas indústrias enfrentariam dificuldades financeiras sem os incentivos além de afastar investimentos do Rio Grande do Sul.

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Convencimento de deputados
Em 2023 Eduardo Leite teve derrota na Assembleia Legislativa (AL) ao não conseguir emplacar um aumento de 19,5% no ICMS e retirou o projeto ao perceber que não teria votos suficientes para aprovação do texto. Desta vez, os representantes das associações tentarão indicar aos parlamentares que o aumento geral da tarifa provoca consequências menos dolorosas em comparação com o fim dos incentivos, conhecido como Plano B no cenário político gaúcho. “Quem pensa que estamos livres dos decretos está enganado. Em 30 dias o Governador executa estes decretos e então o problema será ainda maior”, explica o presidente.

Nesta terça-feira, 2, Leite deve reunir-se com empresários da base aliada e apresentar um novo projeto de lei a ser analisado na AL ainda no primeiro semestre.

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Momento do cooperativismo
Mânica entende que o cooperativismo vive um momento positivo, apesar da crise enfrentada pela Languiru. Segundo ele, é preciso proteger o produtor no campo e manter o sistema cooperativista forte. “As empresas globais estão vendo no cooperativismo a melhor alternativa”, avalia. Presidida por Nei Mânica, a Cotrijal tem 16,6 mil associados e 2,6 mil colabores com atuação em 58 cidades do RS.

Assista a entrevista completa:

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