Presidente da Cotrijal prefere aumento ICMS do que decretos

ENTREVISTA – CONEXÃO REGIONAL

Presidente da Cotrijal prefere aumento ICMS do que decretos

Nei Mânica foi escolhido como interlocutor entre 27 associações do setor produtivo e o governo estadual. Na avaliação do gestor, consolidação dos decretos representa os maiores prejuízos

Presidente da Cotrijal prefere aumento ICMS do que decretos
Nei Mânica pede para debate não ser utilizado como palanque político (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

Definido como porta-voz entre as 27 associações que representam o setor produtivo, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, afirmou que a elevação da alíquota de ICMS é o melhor caminho em comparação com a efetivação dos decretos pelo governo estadual, que retiram incentivos e impactam diretamente no preço dos produtos da cesta básica.

Em entrevista ao Conexão Regional da Rádio A Hora nesta segunda-feira, 1, o gestor afirmou ser contrário a qualquer medida que acarrete em aumento de impostos, mas que entre os modelos apresentados, uma correção no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 19% provoca menores danos do que retirar incentivos, o que estava estabelecido nos decretos assinados por Eduardo Leite previstos para entrar em vigor hoje caso não fossem retirados na última sexta-feira, após reunião com empresários.

Segundo Mânica, apesar de serem constitucionais, os decretos causariam elevação reajuste entre 5% e 15% de acordo com a cadeira produtiva. No modelo proposto na última semana pelos líderes de 27 associações do Rio Grande do Sul, o ICMS seria elevado de 17% para 19%, meio ponto percentual a menos do que Leite propôs no ano passado. Cada 0,5% representa um montante de R$ 700 milhões na economia. “Que não se use esse momento como palanque político. Temos uma responsabilidade grande com o futuro do estado”, alerta.

O interlocutor dos empresários e estado analisa também que muitas indústrias enfrentariam dificuldades financeiras sem os incentivos além de afastar investimentos do Rio Grande do Sul.

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Convencimento de deputados
Em 2023 Eduardo Leite teve derrota na Assembleia Legislativa (AL) ao não conseguir emplacar um aumento de 19,5% no ICMS e retirou o projeto ao perceber que não teria votos suficientes para aprovação do texto. Desta vez, os representantes das associações tentarão indicar aos parlamentares que o aumento geral da tarifa provoca consequências menos dolorosas em comparação com o fim dos incentivos, conhecido como Plano B no cenário político gaúcho. “Quem pensa que estamos livres dos decretos está enganado. Em 30 dias o Governador executa estes decretos e então o problema será ainda maior”, explica o presidente.

Nesta terça-feira, 2, Leite deve reunir-se com empresários da base aliada e apresentar um novo projeto de lei a ser analisado na AL ainda no primeiro semestre.

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Momento do cooperativismo
Mânica entende que o cooperativismo vive um momento positivo, apesar da crise enfrentada pela Languiru. Segundo ele, é preciso proteger o produtor no campo e manter o sistema cooperativista forte. “As empresas globais estão vendo no cooperativismo a melhor alternativa”, avalia. Presidida por Nei Mânica, a Cotrijal tem 16,6 mil associados e 2,6 mil colabores com atuação em 58 cidades do RS.

Assista a entrevista completa:

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