Data reforça importância do combate ao câncer infantil e alerta ao diagnóstico

NOSSOS FILHOS

Data reforça importância do combate ao câncer infantil e alerta ao diagnóstico

Junção de sintomas, como palidez, febre, perda de peso repentina, dores de cabeça e hematomas são sinais de atenção. No Brasil, são cerca de dez mil casos diagnosticados por ano

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Data reforça importância do combate ao câncer infantil e alerta ao diagnóstico
Instigar o diagnóstico e tratamento precoce são alguns dos objetivos do dia de combate ao câncer infantil. Leucemias e linfomas são os tumores mais comuns. (Foto: Eloisa Silva)

Reforçar a importância do diagnóstico e tratamento precoce de doenças malignas. É com esse objetivo que 15 de fevereiro marca o dia internacional de combate ao câncer infanto-juvenil. Olhar atencioso de pais e profissionais da área e o cumprimento dos exames de rotina refletem no cuidado e na precaução desses casos.

Realizado na data, na última quinta-feira, 15, o “Nossos Filhos”, programa multiplataforma do Grupo A Hora, teve como convidada a hematologista pediátrica Roberta Horlle Lahude. Conforme a profissional, a data, criada em 2002 pela Childhood Cancer International, simboliza uma campanha global para conscientizar sobre esse tipo de câncer, promover ações e expressar apoio às crianças e adolescentes e suas famílias.

Roberta detalha que, no mundo, cerca de 300 mil casos de câncer infanto-juvenil são diagnosticados por ano. No Brasil, esse número varia de oito a dez mil. Alerta, também, que a doença é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de um a 19 anos. Os dados compartilhados pela médica são da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer.

“É fundamental que as famílias estejam atentas ao comportamento e à saúde dos pequenos e, principalmente, que estejam realizando as consultas de rotina. Pediatras gerais também devem prestar atenção, afinal são eles que conhecem o histórico, fazem a suspeita diagnóstica e realizam o encaminhamento”, afirma.

A pediatra esclarece, ainda, que esse tipo de câncer não tem prevenção. “A criança não depende de exposição como no caso dos adultos. Na situação desses indivíduos, é uma predisposição genética a desenvolver a doença. Então, o que pode ser feito é prestar atenção às mudanças e manter os exames em dia”.

Identificação e sintomas

Entre os tumores mais frequentes, comenta Roberta, estão as leucemias, linfomas e, ainda, os casos que atingem o sistema nervoso central. Nessas situações, a doença mais comum de ser encontrada é a leucemia aguda, representante de 23% dos tipos de câncer que atingem os jovens.

Segundo a pediatra, sintomas isolados não identificam o câncer, mas sim a junção deles. Fraqueza, fadiga, perda de peso, palidez na pele, mãos e boca, dor óssea e febre são alguns dos aspectos para o diagnóstico. A presença de hematomas espontâneos em locais não usuais e também de petéquias, que são pequenos pontos vermelhos na pele da criança, são sinais de alerta.

Junto dessas situações, a anemia também preocupa os responsáveis. “Gosto de esclarecer que anemia isolada não vira leucemia. Ela pode ser um dos sintomas, mas não será a causadora da enfermidade. O recomendado é entender o que está causando. Na maioria das vezes é a deficiência de ferro, fator que prejudica o crescimento e desenvolvimento cerebral. Então, é importante fazer a reposição”.

Processo de recuperação

Para um tratamento efetivo, o diagnóstico rápido é fundamental. Nesse processo, os hemogramas, exame mais pedido entre pediatras e clínicos, traz os dados essenciais. “Famílias e pediatras precisam estar no mesmo nível sobre o compartilhamento de informações. Apenas com essa troca é possível um diagnóstico precoce e certeiro”.

Após o reconhecimento do caso, detalha a hematologista, é feito o encaminhamento para um centro de referência. No estado, esse local é encontrado nos hospitais de Porto Alegre, que atendem além da região metropolitana e dos Vales, o sul do estado. Todo o tratamento é feito via Sistema Único de Saúde (SUS). Incluso no auxílio está, ainda, a casa de apoio para os pacientes mais distantes da cidade que, no período de alta, não veem a necessidade de voltar para o município de origem antes da próxima internação.

Roberta pontua que o período de duração do tratamento leva cerca de um ano e a principal forma de cuidado é a quimioterapia.

Atenção aos sintomas

Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea, perda de peso inexplicada, fadiga, sudorese noturna e falta de ar, dores de cabeça persistentes ou graves, vômitos pela manhã com piora ao longo do dia, fraqueza, dor óssea e inchaço sem traumas.

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