Dois corpos aguardam exame de DNA e podem ser de vítimas da cheia

VALE DO TAQUARI

Dois corpos aguardam exame de DNA e podem ser de vítimas da cheia

DML de Lajeado afirma ser um homem e uma mulher jovens, encontrados em janeiro

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Dois corpos aguardam exame de DNA e podem ser de vítimas da cheia
Foto: Bianca Mallmann / arquivo
Vale do Taquari

Cinco meses após a enchente histórica que atingiu o Vale do Taquari nos dias 4 e 5 de setembro de 2023, cinco pessoas continuam desaparecidas. Em janeiro, mais dois corpos foram encontrados e encaminhados ao Instituto Geral de Perícias (IGP), como possíveis vítimas da tragédia.

Delegada regional da Polícia Civil do Vale do Taquari, Shana Luft Hartz diz ainda não ser possível confirmar a relação dos corpos com a enchente. As autoridades aguardam resultados de exames de DNA. “Possivelmente tem relação, mas precisamos aguardar o resultado”, afirma.

Os corpos foram encontrados por bombeiros. De acordo com o IGP de Porto Alegre, devido ao estado de decomposição das vítimas, é difícil identificar a idade ou sexo dos corpos. Representantes do Departamento Médico-Legal (DML) de Lajeado, no entanto, confirmam ser uma mulher e um homem, ambos adultos jovens.

“Quanto à mulher, acreditamos que seja da lista de desaparecidos. O homem não temos ainda certeza, não tem confronto com as características do que foi informado pelos familiares”, afirma o médico legista Bruno Lieske.

As buscas pelos desaparecidos foram encerradas em dezembro. A enchente contabilizou 53 mortes confirmadas no Vale do Taquari. O último corpo identificado foi de um bombeiro voluntário de Muçum, encontrado em 26 de outubro e confirmado em novembro.

Sem respostas

Entre as pessoas ainda desaparecidas, está Beatriz Maria Pietta, de Muçum. O irmão da mulher de 72 anos, Valcenor Leopoldo Fleck, 74, morador do Paraná, diz não ter novidades. Outros familiares, como o marido de Beatriz, Alvaro Pietta, 76, e o filho deles, Macximiliano Ricardo Pietta, 46, morreram na tragédia.

Na semana da enchente de setembro, Fleck identificou o corpo da irmã, com auxílio da esposa e da sobrinha de Beatriz, no IGP de Porto Alegre. A família recebeu a certidão de óbito e sepultou o corpo no velório coletivo que ocorreu em Vespasiano Corrêa.

Algum tempo depois, Fleck recebeu uma ligação do IGP dizendo haver um erro no reconhecimento. Ele diz que o corpo foi retirado sem consentimento da família para nova perícia e exame de DNA. Beatriz voltou a integrar a lista dos desaparecidos. Cinco meses depois, Fleck continua sem notícias da irmã.

o com a assessoria do IGP, o corpo que a família de Beatriz havia identificado passou por exame de DNA e foi reconhecido como outra vítima da enchente. O corpo foi entregue à família, também do Vale do Taquari.

Carlos André Pereira, de Lajeado, também integra a lista de desaparecidos confirmada pela Polícia Civil, além de Deiser Cristiane Vidal, de Roca Sales, Deoclydes José Zilio, de Muçum, e Alexandre Eduardo Macedo de Assis, de Arroio do Meio.

A tragédia

A enchente iniciou depois de dias de chuva intensa no início de setembro. No dia 4, o Rio Taquari começou a transbordar e, no dia 5, atingiu a cota de mais de 30 metros. Roca Sales, Muçum e Encantado foram algumas das cidades mais atingidas. Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, entre outros locais, também contabilizaram mortes ou perdas econômicas e estruturais.

Desaparecidos

• Carlos André Pereira
(Lajeado)
• Deiser Cristiane Vidal
(Roca Sales)
• Deoclydes José Zilio
(Muçum)
• Beatriz Maria Pietta
(Muçum)
• Alexandre Eduardo
Macedo de Assis
(Arroio do Meio)

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