Cinco meses após a maior tragédia natural que já atingiu o Vale do Taquari, o município de Encantado continua se restabelecendo aos poucos. No programa Frente e Verso desta terça-feira, 6, o secretário da Assistência Social e Habitação de Encantado, Fabiano Lemos, acompanhado de Cristiani Silva e Márcia Almeida, ambas assistentes sociais, falaram sobre os avanços dos projetos habitacionais e do manejo dos moradores que perderam suas propriedades e encontram-se em abrigos.
O município de Encantado foi contemplado com 180 moradias através do programa Minha Casa, Minha Vida – Calamidade, com custo zero. Dessas, 100 são casas e o restante apartamentos.
Lemos relata que a meta de remanejar as famílias que ainda estavam na creche nova no bairro Navegantes e no Parque João Batista Marchese, foi concluída. No dia de ontem, 5, todos esses moradores foram realocados para um novo abrigo municipal, com melhores condições de estadia.
“Priorizamos a retirada dessas famílias que agora estão na antiga creche do Navegantes que foi toda adaptada para recepcionar essas famílias com toda segurança e comodidade que merecem”.
Atualmente, há um total de 105 pessoas sem moradia em decorrência do desmoronamento causado pela segunda enchente do último ano.
Aluguel social
A assistente social Márcia, explica que o aluguel social se adequa à aquelas pessoas que tiveram suas casas destruídas pelas cheias ou interditadas pela defesa civil, mas que o projeto se estende também para moradias com deteriorações que possuem idosos e crianças como moradores, em razão de não conseguirem realizar manutenções.
Os números divulgados pelo Executivo expõe que tiveram 227 inscritos para o recebimento do aluguel social que atualmente é R$ 800, porém, 85 tiveram o pedido negado, em razão da casa estar em condições para ser reestruturada.
“Em número de pessoas, há 673 desalojadas, isso representa 2,83% da população”, sinaliza o secretário. E ainda há pessoas que moram em áreas de risco de alagamento e resistem, porque ali está a história de vida deles, o que é compreensível. Fabiano complementa que os bairros estão voltando à normalidade a passos lentos, mas estão se firmando novamente, “tem a vontade de se reerguer”.
Já Cristiani sinaliza que situações que antes eram invisíveis, atualmente se tornam visíveis e que a questão de violência doméstica tem se intensificado e, por isso, é necessário articular junto com toda rede, entre eles e a Univates que possui convênio para realização de um trabalho assistencial. Ela finaliza dizendo que o trabalho delas é de muita escuta, mas também de viabilizar direitos.
Acompanhe a entrevista na íntegra