Desde a semana passada, pesquisadores percorrem as propriedades rurais de Ilópolis para um levantamento de dados sobre a concentração de carbono nas lavouras de erva-mate da região. O objetivo é atestar que a cultura retém o elemento químico e as informações coletadas nas propriedades rurais possam ser utilizadas em uma futura negociação dos créditos de carbono.
O estudo é desenvolvido pela secretaria estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação com a apoio da Associação de Amigos da Erva-mate Alto do Vale do Taquari (AA Erva-Mate). A riqueza do solo e a diferença entre plantações com proteção solar em comparação com as lavouras expostas ao sol.
De acordo com o Coordenador do Comitê Gestor do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono do RS, Jackson Brilhante, as pesquisas consistem em avaliar o fluxo de gases entre a superfície do solo e a atmosfera para referenciar a qualidade de produtos gaúchos que alcançam mercados estrangeiros. “Muitos produtos que estão sendo exportados, principalmente na Europa, estão muito no olhar da pegada de carbono, pois muitos clientes estão com esse olhar. Faltam dados e isso vamos executar”, complementa.
O engenheiro agrônomo, Luciano Kayser Vargas, explica que a escolha pela área rural do Vale do Taquari ocorreu pela representatividade da produção de erva-mate no âmbito estadual. Segundo ele, o levantamento feito presencialmente é a segunda etapa de um estudo que teve início com o lançamento de um livro durante a Expointer sobre fertilidade de solo. “A ideia é avaliar durante um ano aproximadamente o fluxo de gases nesses ervais sobre diferentes sistemas de manejo, sistema do sol e sistema sombreado em comparação com uma mata nativa que seria nosso sistema de referência partir daí teríamos uma ideia do quão capaz de mitigar gases de efeitos estufa a cultura da erva-mate é nesses dois sistemas”, especifica.
Retenção de carbono e a qualidade de solo
A produtividade das áreas ricas em carbono é um dos fatores destacados pelos pesquisadores. De acordo com Brilhante, a existência de uma carga maior do gás na lavoura tem ligação direta com a fertilidade. “Maior armazenamento de água e nutrientes. Percebemos que os sistemas de erva-mate contam com esse ganho”, avalia.
Kayser analisa que as pesquisas feitas de maneira preliminar apontam um solo qualificado e com concentração positiva do elemento químico. A expectativa é que o trabalho de análise seja concluído em até um ano, com visitas mensais da secretaria estadual de agricultura nas propriedades escolhidas para a pesquisa.
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