Acidente de trânsito acendeu alertas sobre os perigos nas rodovias regionais para pedestres e ciclistas. Por volta das 7h dessa terça-feira, 2, Luana Schneider, 30, corria no acostamento da Estrada Transantarita, em Estrela, quando foi atingida por uma motocicleta pelas costas.
O veículo trafegava no acostamento, na mesma direção da corredora, rumo à BR-386. O motociclista e a pedestre foram levados ao Hospital de Estrela.
Ela não teve complicações, exceto por uma dor na lombar e machucados nas mãos. “Fui liberada do hospital ainda na manhã de terça, fiz uma tomografia, mas estava tudo em ordem, nem um osso quebrado. Eu tive muita sorte”, conta.
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Corredora há oito anos, essa foi a primeira vez que algo assim aconteceu com ela. “Nem mesmo os meus colegas tinham passado por isso. Não tem muito o que fazer, na corrida, a gente está exposto de certa forma”, avalia.
Acidente ocorreu na manhã de terça-feira, 2, na Transantarita, em Estrela, envolvendo um motociclista e uma pedestre. (FOTOS: Divulgação)
Luana é moradora de Estrela e a Transantarita é trajeto usual para ela, que reside nas proximidades. “Muitas vezes o pessoal opta por correr na rua porque os espaços destinados à corrida são restritos ou muito afastados.”
Apesar do susto, Luana garante que não vai parar de correr. “Não penso em desistir, porque essas coisas podem acontecer até se você está caminhando na rua. O esporte é essencial na minha vida, então vou seguir.”
Orientações oficiais
Os cuidados para pedestres e ciclistas foram pauta do programa Conexão Regional na tarde de quarta-feira, 3, na Rádio A Hora 102.9. O capitão Vinícius Massulo, da Polícia Rodoviária Estadual, conversou sobre a regulamentação para garantir a segurança dos usuários nas rodovias.
“O ciclista deve trafegar na ciclofaixa ou ciclovia. Na ausência desta, o indicado é o acostamento. Nos casos onde não há acostamento, o ciclista precisa andar bem à margem da via”, explica.
Além disso, Massulo destaca que o código de trânsito estabelece que o ciclista deve trafegar no mesmo sentido dos veículos. “Existem também equipamentos obrigatórios, com sinalizações noturnas e espelhos retrovisores”, cita.
Outro ponto é que, na hora da ultrapassagem de um ciclista, o motorista do carro precisa respeitar a distância e a velocidade, para não causar um acidente. Da mesma forma, Massulo reforça que os ciclistas também devem ter responsabilidade, em especial em rodovias de alta velocidade.
“O respeito tem que ser mútuo”
O posicionamento do ciclista Paulo Sehn, de Estrela, vai ao encontro disso. “Eu pedalo todos os dias pelas rodovias da região. Nós temos um déficit muito grande de espaço adequado para o ciclista trafegar de forma segura”, avalia.
Conforme Sehn, a região é rota de produção e tem muitos caminhões na estrada, o que muitas vezes impossibilita o respeito ao espaço adequado. “O motorista do caminhão não consegue dar 1,5 metro de distância porque estará invadindo a pista contrária”.
Sehn garante que, dentro dos grupos de ciclismo, é feito um trabalho grande de conscientização. “Os carros devem dar espaço e os ciclistas também. O respeito tem que ser mútuo”, destaca.
Entre as sugestões para evitar acidentes, Sehn cita a importância da sinalização dos ciclistas, com equipamentos adequados, roupas claras e chamativas, iluminações, capacete e óculos de proteção.
