Chegou a vez de Renato na Seleção

Opinião

Fabiano Querotti

Fabiano Querotti

Colunista da dupla GreNal e de futebol

Chegou a vez de Renato na Seleção

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Atualizado quarta-feira,
10 de Janeiro de 2024 às 16:11

Na semana passada, o anúncio pelo Real Madrid da prorrogação de contrato com o técnico Carlo Ancelotti até 2026 deixou o futebol brasileiro a deriva. A negociação com a CBF foi prejudicada por vazamentos e desinteresse do treinador italiano. O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da confederação por decisão judicial, em 7 de dezembro, pode ter contribuído na decisão de continuar em Madri em vez de se mudar para o Rio e assumir a Seleção Brasileira. Se aceitasse, Ancelotti seria uma exceção a regra do futebol mundial. Os melhores treinadores do mundo preferem trabalhar nos clubes.

A nova eleição para presidente da CBF está prevista ainda para janeiro, com Flávio Zveiter e Reinaldo Carneiro Bastos como principais candidatos. O vitorioso terá a tarefa de escolher o novo técnico da Seleção Brasileira, com nomes como Fernando Diniz, Dorival Júnior e Renato Portaluppi sendo considerados. Enquanto isso, Renato Portaluppi renovou contrato com o Grêmio, sem multa rescisória em caso de saída.

O trabalho de um técnico na Seleção tem algumas diferenças muito importantes em relação ao trabalho desempenhado nos clubes. Apesar de muitos acreditarem que a safra do futebol brasileiro não é boa, alguns dos principais clubes do mundo contam com brasileiros como destaque. Porém, não é fácil administrar tantos talentos, egos e vaidades. Além do conhecimento tático, o comandante da Seleção precisa ser um exímio gestor de pessoas. Qualidade que Renato tem demonstrado durante sua carreira.

Não há tempo para um técnico implementar grandes revoluções táticas na Seleção como pretende Fernando Diniz. Os jogadores se reúnem durante as datas FIFA e realizam poucos trabalhos. Quem comandar a Seleção durante o ciclo de preparação para a próxima Copa precisa simplificar.

Neymar, em condições clínicas ideais, ainda deve ser o principal jogador do Brasil para 2026. Porém, é preciso um treinador que forme um time em torno dele. Além da capacidade de tirar do camisa 10 o máximo da sua capacidade técnica e comprometimento. Renato tem retrospecto de feitos parecidos em momentos diferentes no Grêmio.

Renato, ao contrário do início de sua carreira, não sustenta mais seu trabalho no bom relacionamento com os atletas, o que continua sendo um ponto positivo do seu perfil. Em 2023, Portaluppi reinventou várias vezes seu time taticamente devido as necessidades impostas pela limitação do elenco tricolor, mostrando seu amadurecimento profissional.

Diante de tudo que foi exposto até aqui e comparando os nomes cogitados, não tenho receio de afirmar: chegou a vez de Renato na Seleção.

 

 

 

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