“Não geramos resíduos” afirma engenheiro da Folhito

MEIO AMBIENTE

“Não geramos resíduos” afirma engenheiro da Folhito

Todos os resíduos recebidos pela empresa são transformados em composto orgânico, biogás e biometanoorgânico

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“Não geramos resíduos” afirma engenheiro da Folhito
Instalada em Estrela, empresa se aproxima dos 30 anos de fundação

“A Folhito não gera resíduos.” A afirmação do engenheiro de Bioprocessos e Biotecnologia, Alexandre S. da Rosa, diz muito sobre a missão da empresa na qual trabalha: “Processar materiais
orgânicos, de forma segura, gerando mais vida para a terra.”

Perto de completar 30 anos de fundação, a Folhito, sediada em Estrela, começou com a produção de fertilizante orgânico. Hoje projeta duplicar a capacidade produtiva de biogás e biometano nos próximos anos.

O que para a maioria das empresas é um grande desafio, para Folhito é a matéria base do negócio.
Resíduos de incubatório de aves, varreduras de processos industrias, cama aviária, lodos de estações de tratamento de efluentes e cinzas de caldeiras industriais são alguns dos componentes (veja quadro) para compostagem e produção de fertilizante orgânico. Além de contribuir para o meio ambiente, devolve a capacidade produtiva do solo, proporcionando maior rentabilidade na lavoura.

Resíduos para compostagem

  • Cama de aviário
  • Resíduo de incubatório de aves
  • Restos de alimentos em geral, incluindo refeitórios, cantinas, restaurantes de indústrias preocupadas com o meio ambiente
  • Varreduras de processos industriais
  • Cama aviária
  • Lodos de estações de tratamento de efluentes e água;
  • Resíduo verde (podas de árvore, restos de biomassa e afins)
  • Pó de processos industriais (pó de fumo, pó de erva-mate, ração, farinha e afins)
  • Cinzas de caldeiras de combustão de biomassa
  • Óleos e gorduras vegetais
  • Alimentos vencidos ou avariados
  • Outros resíduos orgânicos, após análise de classificação e viabilidade.

Há cerca de 10 anos, a empresa percebeu que poderia fazer mais em termos de sustentabilidade. Então começaram os estudos sobre biogás e biometano. No processo de transformação da matéria orgânica há a possibilidade do tratamento anaeróbio, que gera o biogás. A possibilidade de usá-los para a geração de calor, eletricidade e biocombustível, quando purificado, abriu novos horizontes, reforçando o compromisso com a sustentabilidade, a economia circular e a neutralização de carbono.

Atualmente, a Folhito produz diariamente 18 mil m3 de biogás e 10 mil m3 de biometano. Essa energia limpa é utilizada nos processos industriais e no abastecimento da frota própria da empresa.

Por meio de biodigestores são produzidos biogás e biometano

Saiba mais

  • As empresas que enviam seus resíduos para a Folhito recebem um certificado com a quantificação de carbono evitado e também atende oito dos 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da ONU.
  • Além de auxiliar nos processos industriais, o biometano é destaque na redução dos impactos ambientais com captura de carbono na digestão anaeróbia e contribuição na mitigação das mudanças climáticas.
  • A Folhito comercializa anualmente mais de 100 mil toneladas de fertilizante orgânico, sempre buscando soluções ecológicas, econômicas e rentáveis para desenvolver a vida da terra melhorando o rendimento do solo.

Engenheiro explica o processo de inovação da empresa para gerar biogás e biometano

Entrevista – Alexandre S. da Rosa, engenheiro de Bioprocessos e Biotecnologia

Viver Cidades – Quando e por que a Folhito decidiu investir em biodigestores?

Alexandre da Rosa – O tema biodigestão vem sendo estudado pela Folhito há mais de 10 anos. Muitos modelos construtivos e análises de viabilidade foram considerados até a adoção do modelo hoje construído.

A produção de biogás e biometano reduziu em quanto por cento o custo de energia e combustível?

Alexandre – A produção de biogás reduz em 50% dos custos em energia. Apesar de poder suprir 100% da carga energética com o biogás, a Folhito está conectada ao sistema de energia, onde há custos de demanda e impostos. Esse modelo traz flexibilidade à operação, onde é possível comprar energia limpa e também comercializar o excedente produzido pela nossa planta industrial conforme a necessidade.

Com a produção de biogás e biometano, é possível fechar um ciclo de transformação da matéria recebida pela Folhito?

Alexandre – A Folhito emprega as melhores tecnologias existentes em escala industrial para o aproveitamento das matérias-primas. A Folhito não gera resíduos, todo o material recebido é aproveitado para produção do biogás, biometano e composto orgânico.

Há planos para ampliar e comercializar a produção de biogás e biometano?

Alexandre – Sim. A Folhito conta com processo de melhoria contínua e está previsto, em breve, uma expansão que duplicará a produção de biogás e biometano.

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